O número 13 é considerado em algumas culturas como um número de azar, uma espécie de prenúncio do fim. Não é também por acaso que a décima terceira carta do tarot é a Morte. Mas noutras culturas, o 13 é símbolo de fortuna e prosperidade, e no caso do SonicBlast estas duas últimas palavras têm acompanhado o festival ao longo destes últimos anos pós-pandémicos.
Infortúnios foram coisas que não faltaram nos anos de 2020 e 2021, não só devido à era pandémica acima referida, mas também devido à retirada repentina do festival do sítio onde nasceu. No entanto, a pandemia acabou por ser uma bênção disfarçada para os organizadores do SonicBlast, que acabaram por usar o tempo de pausa forçada para reavaliar as suas opções e de como prosseguir melhor no futuro. O resultado foi a mudança para a Praia da Duna dos Caldeirões, em Âncora, onde o festival se ancorou da melhor forma e onde obteve, finalmente, todo o sucesso que merecia. Este ano conta não ser uma excepção – o cartaz é dos mais imponentes e variados que vimos até hoje no SonicBlast, contando com bandas que navegam tanto as ondas do psych rock, do post punk, do crossover thrash e até mesmo do industrial.
Começando pelo já habitual dia de aquecimento no terceiro palco, a acontecer a 6 de Agosto para todos aqueles que tenham adquirido um passe geral, o SonicBlast propõe-nos quatro bandas de estilos musicais diferentes. De um lado, temos Castle Rat, donos de um poderoso doom metal inspirado em histórias de feitiçaria e fantasia, que irão encantar os presentes com uma performance bem teatral e coreografada. No mesmo dia temos Nerve Agent, uma banda de crossover thrash criada por ex-membros de Drawn In, que farão o terceiro palco do festival entrar em total erupção, bem como Daily Thompson e o seu desert grunge, e Overcrooks, que trazem o melhor do punk e do hardcore. O final da noite contará ainda com a presença de The Heavy Brothers para um DJ set sem precedentes.
No verdadeiro primeiro dia do festival, a 7 de Agosto, a abertura das hostilidades será feita no terceiro palco ao bom ritmo do thrash metal de Capela Mortuária. Saltitando entre os dois palcos principais durante a parte da tarde, teremos o musculoso hardcore punk de BØW, o psicadelismo digno de sonhos febris de Hooveriii e o rock hipnótico de Spoon Benders, bem como o stoner rock nórdico de Slomosa e o post-punk experimental de DITZ, culminando num concerto muito especial dos lendários Earthless, que regressam ao festival para tocar o seu disco de estreia, Sonic Prayer, na íntegra. Ao cair da noite, teremos finalmente a estreia absoluta de King Woman em solo português, bem como o regresso de duas forças demolidoras do sludge e do stoner metal, Amenra e Fu Manchu, respectivamente. Os incríveis MAQUINA. marcarão o fecho dos palcos principais no primeiro dia com o seu louco krautrock e techno industrial, a serem seguidos pelo psych rock de Heavy Trip e do crossover thrash de Inhuman Nature, ambos a tomar conta do fecho do terceiro palco.
O segundo dia do festival, a 8 de Agosto, começará com o psych rock nipónico de Tō Yō no terceiro palco, e terminará no mesmo sítio com o doom metal de Daevar e Witchthroat Serpent. Por entre estas actuações, os palcos principais irão receber uma panóplia de boas surpresas, nomeadamente o thrash punk de Nagasaki Sunrise e o art punk de Sunflowers, bem como stoner rock progressivo de Gnome e o folk melancólico de Emma Ruth Rundle. Para a noite estão reservados os Chalk e o seu noise rock misturado com boas doses de electrónica e ainda o alucinante stoner rock instrumental de My Sleeping Karma. A encabeçar o dia estarão os Witchcraft, munidos do seu doom rock com inspirações ocultas, e o fecho estará nas mãos da dupla Dame Area, que irão encantar os presentes com o seu tribalismo industrial.
Já no terceiro e último dia do festival, a 9 de Agosto, a dinâmica altera-se um pouco, e a festa começa nos palcos principais com o doom rock de Messa, o stoner rock de The Atomic Bitchwax e o heavy psych de King Buffalo. A parte da tarde contará ainda com o peso monolítico de Monolord e a mistura de garage rock com surf punk providenciada por Dead Ghosts. A noite começará de forma grandiosa com a actuação sublime, provocatória e perigosamente explícita de Patriarchy, que irão levar os presentes ao rubro com tremendas descargas de dance music e industrial metal. Os lendários Circle Jerks continuaram a meter o povo a mexer em círculo e aos encontrões com o seu eterno hardcore punk, numa actuação especial em que celebram os 40 anos do seu primeiro disco Group Sex. De seguida, será a vez dos cabeças-de-cartaz máximos desta edição do SonicBlast, os Molchat Doma, que darão continuidade aos passos de dança com o seu post-punk e synth pop de inspiração brutalista. A fechar os palcos principais estarão Castle Rat, que saltam do aquecimento do festival para mais uma actuação de índole mágica, bem como Dopethrone e o seu sludge e Vinnum Sabbathi com o seu stoner metal, estes últimos como única actuação do terceiro palco.
Numa nota final, relembramos que os passes gerais para a edição deste ano do SonicBlast valem 100 euros, valendo os passes diários 50 euros. Ambos ainda podem ser adquiridos através de toda a rede Bilheteira Online ou no próprio festival.