Vem aí o Amplifest: o Hard Club abre portas aos melómanos do peso

É já nos próximos dias 23 e 24 de Setembro que o Hard Club, no Porto, volta a ser o coração do Amplifest, o festival que reúne as sonoridades para os melómanos da música pesada.

Embora o Amplifest defenda um cartaz sem sobreposição de concertos em que todos os artistas são cabeças-de-cartaz, respeitando o tempo requisitado para as actuações de cada, é difícil desviar as atenções do nome maior que compõe o alinhamento em 2023. Os Sunn O))) (na foto), enquanto instituição do mais extremo doom e drone, regressam a Portugal ao fim de treze anos. A sua parede de amplificadores, com o próprio backline vintage garantido, fará parte da experiência de altos decibéis proporcionada pelos autores dos mais recentes Life Metal e Pyroclasts, discos editados em 2019.

A banda formada por Stephen O’Malley e Greg Anderson actua no dia 24, dia em que se poderá também ver e ouvir KEN mode, força bruta de noise rock, hardcore e sludge. mas também os sussurros etéreos de Hilary Woods ou a folk de David Eugene Edwards, em nome próprio pós-Wovenhand. Esse dia 24, o último de dois no Hard Club, contará ainda com o noise industrial de HIDE, o post-punk sonhador de Esben and the Witch, o death metal dissonante de Aeviterne, o doom experimental de Divide and Dissolve e o clubbing ruidoso de MДQUIИД, a fechar o Amplifest com Dirty Tracks For Clubbing.

No primeiro dia de Hard Club, a slot de headliner podia ser dividida entre o post-metal de Amenra, que no ano passado não puderam apresentar De Doorn no Amplifest como originalmente planeado, e a simbiose de hardcore e black metal de Celeste, que fará uso da escuridão da sala para mostrar Assassine(s). Mas atenção ao psicadelismo de Hexvessel de Mat ‘Kvhost’ McNerney, à veia mais tradicional de Sir Richard Bishop e à sensibilidade post-rock de Ellereve: três retratos diferentes da música folk. Mas haverá ainda metal com afluentes no stoner e no hardcore de Mutoid Man, vanguarda do black metal de Ashenspire e riffs monolíticos e ruidosos de Big Brave. O dia não fica completo sem a explosão hardcore de Hetta e a maquinaria dos beats de NECRØ.

Em cada um dos dias o Amplifest não se deixa terminar com concertos. No dia 23, Sam Loynes e Jaime Gomez Arellano fazem DJ set com o alias Amplifest Gangstaz, enquanto no dia seguinte há uma celebração a título próprio da equipa do festival, a Amplifamily. O mainfloor do Hard Club terá expostas as ilustrações do artista sintrense Zé Burnay, enquanto o piso de cima, onde se situa o restaurante do Hard Club, será palco para as Amplitalks, com o apoio da See Tickets.

Mas há outros planos extra-Hard Club. Na véspera, dia 22, o Amplifest inicia a sua experiência no Auditório de Serralves pelas 20 horas com From Ruin, uma performance que une Rui Chafes e Candura. Na mesma noite, pelas 23, Mat Ball, guitarrista de Big Brave, apresenta-se a solo no Ferro Bar com o seu álbum Amplified Guitar. A noite prossegue no mesmo espaço com o DJ set de No Joy, esforço combinado de José Carlos Santos e Pedro Roque.

No dia 24 o recentemente restaurado Batalha Centro de Cinema irá exibir Even Hell Has Its Heroes, documentário sobre os pioneiros do drone metal Earth, com entrada gratuita e bilhetes disponíveis na bilheteira do cinema uma hora antes do início da sessão marcada para as 11 da manhã.

A organização disponibilizou também uma página de FAQ para dar o máximo de respostas possíveis sobre vários assuntos relacionados com a edição deste ano do Amplifest. Os bilhetes encontram-se esgotados e os horários podem ser consultados, aqui.