O NOS Alive regressa ao Passeio Marítimo de Algés nos dias 6, 7 e 8 de Julho para apostar, como costume, em garantias da música actual com espaço para alguns nomes emergentes.
O festival este ano é encabeçado por Red Hot Chili Peppers no primeiro de três dias, por Arctic Monkeys no segundo e por Sam Smith no terceiro. Como habitual, desenhámos um roteiro de dez nomes para ver nesta edição do festival, evitando sobreposições horárias, e indo além dos três nomes maiores já citados.
#01 Queens of the Stone Age
Antes de mais, o facto dos Queens of the Stone Age (na foto) não encabeçarem o festival, e logo num dia partilhado com Sam Smith, Machine Gun Kelly ou Rüfüs du Sol, é algo que ultrapassa a compreensão em geral. Tal pode ser justificado com a popularidade recente de Sam Smith, mas a banda de Josh Homme regressa a Portugal (e ao NOS Alive, onde actuou em 2018) com o novo álbum In Times New Roman…, que tem somado elogios pelo trabalho desenvolvido em estúdio mas sobretudo pela forma com que a banda se tem apresentado na digressão que passará em Algés. “Carnavoyeur”, “Emotion Sickness” ou “Paper Machete” são singles que podem ser entoados no festival, mas com espaço para eventuais surpresas, como tem acontecido recentemente, de ver e ouvir “I Appear Missing”, “God is in the Radio” ou “Battery Acid” de álbuns anteriores.
#02 IDLES
Mantendo uma relação próxima com o público e os palcos portugueses, os IDLES preparam-se para dar o seu sétimo concerto por cá desde 2018. Ainda assim, será de assinalar a ocasião em que a banda britânica sobe ao palco principal do NOS Alive, continuando em ritmo ascendente com os temas de álbuns como Joy as an Act of Resistance. e o mais recente CRAWLER. O punk está bem e recomenda-se, a evidência está aqui.
#03 Ibibio Sound Machine
O NOS Alive é cada vez mais um festival que vai além das guitarras, invertendo-se essa tendência em palcos como o WTF Clubbing, por exemplo. Mas será no Palco Heineken que os Ibibio Sound Machine, ao comando da voz de Eno Williams, prometem a fusão do afrobeat com a dança. Esse encontro entre a música africana e a electrónica de Londres tem em Electricity o esforço de estúdio mais recente, lançado em 2022, que deve servir de suporte para o concerto no Passeio Marítimo de Algés.
#04 Sylvan Esso
Continuando na senda da electrónica, agora numa vertente mais pop e indie, esta dupla de Carolina do Norte é outro nome de destaque no Palco Heineken. Amelia Meath e Nick Sanborn são Sylvan Esso e trazem consigo o seu quarto álbum, intitulado No Rules Sandy, que surge numa sequência de trabalhos bem conseguidos como o disco homónimo de estreia, What Now e Free Love.
#05 Angel Olsen
Também com base na Carolina do Norte, apesar de ser originalmente do Missouri, a cantautora Angel Olsen é outro nome em cartaz que mantém uma relação próxima com o público português. Desta vez traz-nos Big Time, álbum lançado em 2022 que a aproxima da música country natal, mas com a mesma sensibilidade de art pop e indie rock que a catapultou em discos como Burn Your Fire for No Witness, My Woman ou All Mirrors.
#06 Rina Sawayama
De origem japonesa mas desde pequena a viver em Londres, Rina Sawayama somou as raízes com a electropop e o rock alternativo para o seu EP de estreia, Rina, de 2017. Passados três anos o novo furacão da pop materializou-se em Sawayama, primeiro disco, com a sua popularidade a estender-se a novos níveis com o mais recente Hold the Girl, lançado no ano passado. Antes de voos mais altos, é altura para ver em Algés temas como “This Hell”, “Catch Me in the Air”, “Comme des Garçons (Like the Boys)” ou “XS”.
#07 Spoon
São já 30 os anos de carreira dos texanos Spoon, que continuam ainda assim a manter o seu rock bastante fresco e singular. Não é a primeira vez que a banda de Britt Daniel actuará no Palco Heineken do NOS Alive, mas desta vez será com o novo Lucifer on the Sofa, álbum que sucede Hot Thoughts que motivou essa última visita a Algés. Trata-se de um disco mais quente, mesmo a combinar com o calor do verão e típico dos dias do festival, e inclui singles orelhudos como “Wild”, “My Babe” ou “The Hardest Cut”.
#08 Men I Trust
O trio Men I Trust terá a responsabilidade de fazer a dream pop resultar em contexto de festival para as massas, ainda que no Palco Heineken. Há já alguns anos que a banda de Montreal se evidencia no género, mas foi só com o lançamento de Oncle Jazz, em 2019, que a banda ganhou outro estatuto. Apesar do mais recente disco se chamar Untourable Album, não é descabido ouvir um ou outro tema tirado daí.
#09 Puscifer
Num dia principalmente marcado pelos concertos de Red Hot Chili Peppers e The Black Keys no Palco NOS, é estranho ver associado o nome dos Puscifer. Este projecto de Maynard James Keenan, voz de Tool e A Perfect Circle, foi inicialmente criado como o seu «subconsciente criativo», pelo que o improviso e o despejo de ideias foi dando várias doses de humor e de rock experimental. Com três anos de existência, o álbum Existential Reckoning, o quarto do projecto, continua a ser a aposta mais recente.
#10 Ana Lua Caiano
Também há música portuguesa no NOS Alive. Os talentos emergentes estão espalhados pelo cartaz, mas chamamos a atenção de Ana Lua Caiano enquanto cantautora interessada pela fusão da música tradicional do nosso país com a electrónica. “Se Dançar É Só Depois”, single em baixo, dá também nome ao nome ao seu EP de estreia.
Para além destes dez nomes, pelo NOS Alive vão actuar também The Black Keys, Lil Nas X, Lizzo, Machine Gun Kelly, Jacob Collier, Rüfüs du Sol, The Driver Era, Tash Sultana, Linda Martini, Girl In Red, Morad, Kelly Lee Owens, Club Makumba, entre outros.
Autor: Nuno Bernardo