Com as notícias do possível adeus dos mestres do rock progressivo e anúncio do lançamento daquele que será o último disco de estúdio da banda, a RS escreve este ESPECIAL especialíssimo para os fãs do lendário grupo canadiano. Mais do que um comentário à sua fenomenal discografia, este artigo tenta resumir o mais possível uma carreira com mais de quarenta anos de carreira sempre no topo da forma. Devido ao longo número de anos, muitas supressões mais desnecessárias serão realizadas, de forma a manter um concisão de leitura mais eficaz para o público que nos lê, à semelhança com o que foi feito em outros ESPECIAIS. É um daqueles artigos cuja a sua escrita já estava pensada há algum tempo, e que foi precipitado pela notícia da retirada do grupo dos palcos, após mais de quarenta anos de carreira.
O Início (1968-1974)
Rush são mais reconhecidos pela formação constituída por Geddy Lee (baixo, voz), Alex Lifeson (guitarra) e Neil Peart (bateria), no entanto o grupo não começou com esta formação. Neil Peart só entrou em Julho de 1974 para substituir John Rutsey, que saiu pouco tempo após o lançamento do álbum de estreia. Rush saiu no início do ano e é, muitas vezes, criticado pela sua falta de direcção musical e, por vezes, mencionado como uma cópia do que já se fazia na altura. Apesar de tais críticas terem algum fundamento, Rush consegue ser um excelente álbum hard rock que se entranha após algumas audições. É estranho ouvir o álbum, para quem é fã da banda e para quem conhece aquilo de que a banda foi sendo capaz de fazer ao longo dos anos, no entanto ele consegue ter os seus momentos de arte com destaques para as faixas, “Working Man”, “What You’re Doing” e “Finding My Way”.
O Surgimento da Lenda e a Imposição do seu Rock Progressivo (1975-1981)
Para aqueles que não gostaram dos anos anteriores e do álbum homónimo, os Rush rapidamente mudaram de velocidade e apressaram-se a alterar o seu som, principalmente com a entrada em Julho de 1974 de Neil Peart. O baterista incutiu uma nova tendência na banda, afastando aqueles que diziam que a banda tentava copiar outras, incluindo Led Zeppelin. O grupo começou a apresentar novas ideias e um som muito mais progressivo, a começar com o fantástico Fly By Night, lançado em 1975. Está, claramente, a era mais frutífera e produtiva para a banda, demonstrando um som muito mais complexo e cheio de qualidade e riqueza conceptual.
Apesar de relativamente subvalorizado, Fly By Night surpreende pelo ‘shift’ de som que o grupo impôs neste novo álbum, surpreendendo todos os que estavam à espera do ‘mais do mesmo’. Apesar de não ser o seu disco mais rico e de claramente ter havido uma significativa melhoria, nos álbuns seguintes, este lançamento de 1975 começa a descortinar o talento que o grupo tinha. “Anthem”, “By-Tor And The Snow Dog” e “In The End” são as faixas mais aclamadas e que perduram na mente dos fãs, e como um output rico de qualidade de uma banda com vontade para mudar. Caress Of Steel foi o álbum que se seguiu, também em 1975. Dá a sensação que a banda estava ‘enclausurada’ no seu primeiro disco e que com a vinda de um novo elemento se expandiu para algo mais complexo, em termos de som. Este álbum acaba por ser bem mais complexo do que o anterior, apresentando duas faixas com mais de dez minutos, incluindo a épica “The Fountain Of Lamneth” com vinte minutos, que conta a história de um homem que procura a fonte de Lamneth. Esta é uma faixa que marca a carreira dos Rush, pois prepara para novos voos que surgiram com as músicas “2112” e “Cygnus X-1”, dois épicos fundamentais do rock progressivo. Apesar de tudo, o álbum perdura, principalmente, na qualidade das duas faixas com mais de dez minutos, ficando o restante disco um pouco longe da qualidade destas duas faixas.
O primeiro álbum de dois da discografia dos Rush a que dei uma nota perfeita (10/10), 2112 surge muito rapidamente, em 1976, e é ainda hoje um dos mais respeitados álbuns de todos os tempos. Apesar da essência do álbum estar presente na faixa “2112”, o restante álbum é uma excelente demonstração de rock em que a banda mistura as vertentes emocionais e mais ‘rockeiras’ de forma muito eficaz. As faixas acabam por não ter ligação alguma com a faixa principal, no entanto o facto de serem curtas e de apresentaram uma qualidade soberba fazem com que a ligação seja muito boa, nunca desapontando os ouvintes. O álbum apresenta uma riqueza narrativa digna de um romance em livro. Conta uma história futurista de um mundo controlado pelos ‘Priests of the Temples of Syrinx’ que o controlam de forma autocrática, comandando todos os aspectos desse mundo. Com este álbum, o grupo mostra-se como uma das melhores bandas a escrever conceitos, a par com Genesis e Pink Floyd, na altura. Ao longo do tempo essa qualidade vai sendo confirmada, demonstrando-a já no lançamento seguinte.
Rush – 2112 (álbum na íntegra)
A Farewell to Kings é o segundo álbum a que dei uma nota perfeita. Fugi da tendência de o dar ao excelentíssimo Moving Pictures, lançado mais tarde, em 1981. A riqueza conceptual, que veio confirmar o grupo como um dos melhores escritores de letras e de conceitos da história da música, surpreende pela sua inteligência e criatividade técnica e, pelo facto de o grupo ter conseguido melhorar o seu desempenho, de forma substancial. Conseguiu criar um legado riquíssimo com a série “Cygnus X-1”, que se prolongou para o álbum seguinte, lançado em 1978, e ser um dos álbuns mais controversos de sempre.
Rush – A Farewell to Kings (álbum na íntegra)
Como referido acima, a série “Cygnus X-1” permitiu a criação de um legado e de um conceito narrativo por demais grandioso e fantástico para poder ser ignorado. A primeira faixa de Hemispheres, outro álbum quase perfeito, lançado em 1978, é a continuação da última música do lançamento anterior, desta vez com uma faixa de quase vinte minutos.
Rush – Hemispheres (álbum na íntegra)
Este disco opõe-se ao mais acessível, Permanent Waves, lançado dois anos após. Em Hemispheres, a banda continua a ter uma preocupação mais conceptual, desenvolvendo uma narrativa complexa e instrumentalmente trabalhada. O grupo dedica-se, mais uma vez, a trabalhar narrativas conceptuais fantásticas e futuristas, principalmente baseadas na condição humana. Os ‘três magníficos’ mantêm uma estrutura muito semelhante à dos dois álbuns anteriores, continuando com uma maior preocupação instrumental, quando comparado com os dois álbuns seguintes. Permanent Waves, 1980, corta com essa base conceptual e mais ‘difícil’ de entender. O álbum torna-se mais acessível, não contando com faixas tão complexas e desenvolvidas, tal é esse o exemplo da música, “The Spirit of Radio”, uma das mais célebres da sua carreira. Ainda assim, continua a haver uma preocupação em incluir elementos progressivos nos discos, fazendo uma mistura de estilos, exemplo disso são as faixas “Natural Science” e “Jacob’s Ladder”.
O último álbum desta era e um dos mais icónicos da banda, Moving Pictures é adorado até por quem não gosta da banda e é um dos mais conhecidos cartões de visita que a banda tem para apresentar. Muito mais acessível do que muitos dos seus álbuns, o disco é igualmente cheio de referências progressivas com épicos como “YYZ”, “The Camera Eye” e “Tom Sawyer”, no entanto mantém uma ‘imagem’ mais simples e acessível, permitindo que muitos adorem este álbum, que não só é complexo como também prepara a banda para a era seguinte.
Rush – Moving Pictures (álbum na íntegra)
Os Anos Mais Injustiçados (1982-1987)
A partir de 1982 e após o lançamento do excelente disco, Moving Pictures, a banda começou o que chamo de ‘Os Anos Mais Injustiçados’. Apesar de alguns desses álbuns terem tido uma certa saída comercial e até terem atingido posições consagradas nos Tops americanos e europeus, estes mesmos álbuns não foram tão bem recebidos pelos fãs e pela crítica musical, classificando alguns deles como ‘medianos’. Pessoalmente, esta não é de todo uma má fase nas suas carreiras, penso que o grupo priorizou outros instrumentos como o uso de sintetizadores e deu maior proeminência ao baixo de Geddy Lee. É uma série de álbuns que se prolongou do Signals até Hold Your Fire, completando cinco anos de interregno qualitativo por parte da crítica face aos lançamentos do grupo canadiano.
O grupo consegue dar uma luz diferente às suas carreiras com o lançamento, um ano após, do magistral Moving Pictures. Penso que a crítica reagiu ‘mal’ à mudança brusca de estilo para algo menos progressivo e mais ‘comercialmente’ aceite, apesar de nunca ter sido uma banda comercial, nem coisa parecida. Imediatamente, Signals transpareceu uma energia totalmente diferente com faixas como “The Analog Kid”, “Subdivisions”, “The Weapon” ou “New World Man” que, ao longo dos anos, acabaram por ser incutidas nas cabeças dos fãs e, mais tarde, nos concertos R30 e R40. Ao longo do tempo construíram uma legião de fãs que foi correspondendo e percebendo os seus discos desta época, mas que aquando os seus lançamentos tal recepção não se verificou.
Rush – Signals (álbum na íntegra)
Álbuns como o fundamental e essencial ao rock progressivo, Grace Under Pressure, que apresentou a banda de uma forma mais dramática e raivosa do que o habitual, explica a qualidade que foi sendo mal-entendida por parte da crítica mas que, com o tempo, ganhou aceitação geral do seu público e crítica. Para além de ser um dos grandes álbuns da sua discografia, Grace Under Pressure é um dos favoritos da própria banda que, não só se concentrou nos temas contemporâneos, como Guerra Fria, mas também focou-se em temas pessoais como base para a sua interpretação e composição. Infelizmente, a sua recepção crítica acaba por representar e simbolizar o ponto de vista da crítica face aos álbuns dos Rush, nesta altura. A intensidade imposta pelo grupo conjugada com a sua inteligência conceptual e uma nova complexidade musical faz de Grace Under Pressure um dos melhores lançamentos da década de 80. Apesar da crítica o destacar, muitas vezes, como um falhanço, este lançamento apresenta-se como um dos álbuns mais ‘à frente’ do grupo, revelando uma nova faceta do grupo, que até então estava ‘escondida’, e a confirmação de que são uma das melhores bandas líricas do género compondo um conceito bastante inteligente e eficaz. Escusado será dizer que este álbum é um dos meus predilectos e um dos que mais vezes escutei. Apesar de muitas faixas não serem incluídas nos seus espectáculos ao vivo, “Between the Wheels”, “Red Sector A” e “Distant Early Warning” são exemplos de alguma da imortalidade que o álbum pode ter, não só para a banda mas para os fãs, que vão aprendendo, com os anos, a aceitar um disco de tão enorme qualidade. Aliás, contém a mais obscura faixa da discografia da lendária banda, “Afterimage”, inicialmente composta para um amigo da banda, mas mais tarde dedicada à filha e mulher de Neil Peart que morreram em 1997 e 1998, respectivamente. Uma interpretação ao vivo pode ser vista abaixo. Raramente é tocada devido ao grau de intensidade e envolvimento pessoal para o grupo canadiano, e apesar da qualidade não ser extraordinária, aqui fica o seu registo em vídeo.
Rush – Afterimage (ao vivo)
Rush – Grace Under Pressure (álbum na íntegra)
Até 1987, os Rush ainda lançaram mais dois álbuns de estúdio, Power Windows e Hold Your Fire. A grande diferença destes dois discos lançados em 1985 e 1987, respectivamente, em comparação com os outros, é que pelo menos obtiveram o reconhecimento de um lançamento de um disco ao vivo, A Show of Hands, em 1989, que inclui uma série de músicas dos dois álbuns e álbuns a partir de Signals. Apesar de achar que mais algumas faixas desta época podiam ter sido adicionadas, a colectânea de músicas para a setlist dessa tour foi muito boa mesmo, fornecendo um excelente resumo dessa época.
Rush – A Show of Hands (concerto na íntegra)
O Regresso às “Boas Pontuações” (1989-1996)
Com uma época menos bem conseguida, em termos de recepção crítica, os Rush regressaram ‘às boas pontuações’ com um álbum que marca uma mudança no som da banda. Presto, lançado em 1989, é visto por muitos como um álbum da mudança de estilo para algo mais ‘comercial’, com uma série de discos que termina apenas em 1996, com Test For Echo. A era anterior tinha sido, principalmente, demarcada pelos sintetizadores e por um som mais 80s, e com Presto, o grupo canadiano ganha mais adeptos que, até então, não seguiam a banda. Esta foi das únicas alturas em que o grupo, de facto, seguiu as tendências do que estava a ser feito na altura. Os anos 90 são principalmente uma década de mudança na música, para muitos o ‘lixo da música’, em que muitas bandas optaram por uma mudança de estilo e de som nos seus álbuns. Rush segue, também, essa tendência nesta década, criando álbuns mais amigos da rádio e com maior potencialidade ‘comercial’ e bem menos complexos e nada conceptuais, abandonando uma das suas trademarks. Por esta e outras razões, Rush conquistou novamente o ‘carinho’ do público e, principalmente, da crítica.
A grande diferença entre Rush e as outras bandas é que esta banda conseguiu criar e lançar grandes álbuns, com excelente qualidade e bastante diversos, mostrando sempre a sua enormíssima qualidade musical, e mostrando o porquê de serem, com grande probabilidade, a maior banda da actualidade e que envergonha pseudo-bandas que vivem dos seus clássicos. Os ‘três magníficos’ e ‘sábios’ da música conseguiram criar um repertório cheio de qualidade e que, ainda, hoje perdura nas mentes dos seus fãs. Faixas como “Nobody’s Hero”, “Presto”, “Animate”, Roll The Bones”, “Bravado”, “Dreamline”, “Show Don’t Tell”, “The Pass”, “Half The World” ou “Leave That Thing Alone” entre outras, marcaram a discografia da banda e são frequentemente tocadas ao vivo. Esta é, claramente, uma década mais risonha para o grupo que aproveitou esta altura para se reinventar e criar álbuns de qualidade.
O já mencionado acima, Presto marcou esta década e iniciou, significativamente, a carreira do grupo canadiano, diversificando e melhorando a sua discografia. Apesar de, pessoalmente, Presto não ser dos meus álbuns preferidos e de considerar que não foi dos seus melhores lançamentos, ele ainda consegue ser um dos lançamentos mais importantes para a década que aí chegava, demarcando-a com muita qualidade e diversificação de estilos. Ainda assim, Presto tem um conjunto de faixas que completa domina a década e marca a história da banda. Tem um ‘mix’ de estilos, seja o mais acelerado como o mais emocional, bom exemplo disso é a relativa inconsistência de estilo que o álbum apresenta, misturando faixas como “Superconductor” e “The Pass”, a primeira muito mais mexida enquanto a última a pender para o mais sentimental. Presto define o que a banda quer fazer para os próximos sete anos, até Test For Echo.
Rush – The Pass (live Clockwork Angels tour)
Segue-se Roll The Bones, um dos mais importantes álbuns da banda e um dos mais vendidos, conseguindo uma série de prémios e obtendo grande atenção das rádios. Para isso contribuíram os sucessos de músicas como “Dreamline”, “Roll The Bones”, “Ghost Of A Chance”, “Neurotica” e “You Bet Your Life”, que marcaram um ponto de viragem na carreira dos Rush, demarcando-a como uma banda ‘mais comercial’. Apesar de ser verdade essa viragem, é de notar a qualidade do álbum e mesmo que seja mais comercial, este disco é melhor do que a maior parte dos álbuns lançados por bandas de rock, na altura e actualmente.
Esta década ficou, igualmente, marcada pelo lançamento da obra-prima, Counterparts, um colosso musical e que dignificou, ainda mais, esta década e grupo musical. O fantástico lançamento de 1993 conta com faixas lendárias, que comercialmente foi bastante bem-sucedido, mas que foi muito bem pelos fãs mais acérrimos, já que apesar de comercial, o disco consegue ser também um álbum mais progressivo e mais inteligente do que os dois anteriores. Representa um salto qualitativo enorme, em relação aos antecessores, e um pequeno regresso ao rock mais progressivo e complexo com algumas faixas mais eléctricas e mais ‘rockeiras’. Apesar da marca desta década ainda se manter neste álbum, Counterparts tem uma diversidade surpreendente, apresentando dois lados principais, o mais emocional com faixas como “Nobody’s Hero” ou “The Speed Of Love”, mas também um lado mais ‘poderoso’ com faixas como “Between Sun & Moon”, “Animate” e “Stick It Out”.
Rush – Counterparts (álbum na íntegra)
Rush – Nobody’s Hero (official music video)
O álbum revolucionou, ainda mais, os concertos dos Rush, provocando uma mudança enorme no cenário ao vivo que o grupo levava nas suas tours. Apesar de tudo, esta é uma banda verdadeiramente única. Mesmo com o sucesso comercial que Counterparts teve, Rush nunca foi considerada uma banda comercial, e ainda bem. Conseguiu fugir aos rótulos fáceis dos que menos entendem de música, nunca se atrevendo a denominá-los de tal maneira. O álbum tem a capacidade de ser um ‘hit’ global. Cada faixa tem uma abertura fantástica, está muito bem concebida e composta, tanto a nível lírico e instrumental. Não segue um conceito narrativo, mas existe um tema comum. O amor é, várias vezes, referido tanto a nível positivo como negativo.
Rush – Test For Echo (álbum na íntegra)
Test For Echo, o último álbum desta era, é um dos discos mais marcados e ‘amaldiçoados’ da história do rock. Com o seu lançamento, a banda suspende actividade para apenas regressar em 2002, mas juntamente com esse facto, Neil Peart sofre duas tragédias consecutivas que o marcam profundamente. Em 1997 e 1998, a filha e mulher do baterista morrem em circunstâncias trágicas, respectivamente. Por ser o último disco da banda antes desse período, existe uma certa nuvem negra a pairar sobre este lançamento.
Falando do álbum propriamente dito, Test For Echo consegue ser um disco muito credível que trouxe uns Rush mais ‘comerciais’ do que o lançamento anterior, que era muito mais diverso com alguns elementos progressivos. Tecnicamente é melhor do que muitos dos álbuns da era anterior e mesmo desta, quando comparado com Presto ou Roll The Bones, por exemplo. Contém faixas que marcaram o ano e que foram, frequentemente, passadas na rádio. É, definitivamente, um lançamento menos romântico e emocional, perdurando as tendências mais ‘rockeiras’ e mais dedicadas à qualidade instrumental.
Outros álbuns e essenciais:
Rush – Rush (álbum na íntegra)
Rush live at Capital Theatre 1976 (concerto na íntegra)
Rush – All The World’s A Stage (álbum ao vivo na íntegra)
Rush – Permanent Waves (álbum na íntegra)
Rush – Presto (álbum na íntegra)
Rush – Roll The Bones (álbum na íntegra)
Autor: João Braga