Há uma luz na escuridão do Santa Maria Summer Fest

O Santa Maria Summer Fest é já o maior e mais célebre festival de música extrema no Alentejo e um dos principais do país. Mas este ano há luz, muita luz, para iluminar o evento.

O rugido dos sons que passam pelos dois palcos do SMSF, em Beja, revela a sua verdadeira intenção – é um festival de música extrema, desde o metal ao punk e aos -cores, mas que não tem medo de arriscar em nomes «fora da caixa» para proporcionar momentos de limpa-palato durante o evento. Portanto, de 12 a 14 de Junho, o Anfiteatro Exterior da Casa da Cultura não só irá receber vários nomes da música pesada internacional e nacional, como irá também estender os ouvidos a sonoridades dentro do indie, da folk, da pop, do blues ou do dub.

Em claro destaque no lado light do festival está a editora e promotora Lovers & Lollypops, que conta com quatro nomes do seu catálogo. À cabeça surge o rock de Equations, para apresentar em Beja o seu novo “High Tower” editado este ano, mas há também o stoner de Killimanjaro, o psicadelismo oriental de Jibóia e o noise improvisado de Cangarra.

Joaquim Durães, homem-forte da Lovers & Lollypops, mostra-se agradado com a situação. «O metal sempre esteve enraizado, faz parte da nossa génese e o SWR tem sido parte da família, mesmo antes sequer da Lovers & Lollypops existir. Temos tido esse trabalho em Barroselas ao propor bandas que fogem do espectro e os resultados têm sido muito especiais, como por exemplo o encerramento do Jibóia no SWR deste ano. Por isso, esta visita ao sul com estas quatro bandas que nos dizem muito, não será menos do que épica.», referiu. São verdadeiras lufadas de ar fresco no contexto do festival, mas há mais.

A prata da casa faz-se em vários tons. O blues de Mendigo é apenas um ponto de partida para a montra que Beja se pode vir a tornar em múltiplos géneros nos próximos anos, pelo que a pop de Marvel Lima pode já não ser uma novidade para muitos e a guitarra campaniça de Paulo Colaço (na foto) já pode ter sido divulgada por vários cantos de Portugal.

Esta amostra menos negra do festival é assim composta, mas há outro nome que, mesmo com a integridade obscura, se destaca dos extremos praticados com guitarra, baixo e bateria como nos habituámos. Os Necro Deathmort são um duo londrino donos de um dub industrial que desafia as atmosferas mais densas desde o lançamento de “This Beat Is Necrotronic” (2009) e cimentado com “Music Of Bleak Origin” (2010) e “The Colonial Script” (2012). Regressam a Portugal, depois de uma passagem em 2012 pelo Amplifest, com “Martial Cartography“.

O Santa Maria Summer Fest, a menos de uma semana da sua sexta edição, revela cada vez mais uma intenção em conquistar o seu espaço para se tornar uma referência dos festivais em Portugal. Se já o é na música extrema, o mesmo pode acontecer, a seu tempo, para a música em geral.

Consulta mais informações sobre o SMSF, como preços, cartaz completo e horários, na nossa página alusiva ao festival, aqui.