Há muita música no Passeio Marítimo de Algés nos dias 10, 11 e 12 de Julho. Os três cabeças-de-cartaz escolhidos têm dado que falar – o hype à volta de Arctic Monkeys levou os bilhetes a esgotar para dia 10, enquanto os The Black Keys se revelam anti-heróis com o novo “Turn Blue” e os The Libertines parecem algo incompreendidos por muitos que desconhecem o seu impacto. Pois bem, há mais música para além dos nomes grandes.
Se despirmos as sugestões de fenómenos de popularidade e de artistas do Palco NOS (ver todo o cartaz, aqui), existe ainda uma série de bons motivos para vaguear pelo recinto à escuta de muito boa música. Para além da componente ambiente/convívio, espírito festivaleiro e descoberta musical, nós deixamos dez sugestões para o vosso programa:
#01 Chet Faker
Em clara ascensão de popularidade, o músico traz-nos de Melbourne as suas sonoridades lo-fi de mãos dadas com um hip-hop romântico e melancólico. O EP “Thinking In Textures” trouxe-nos as bonitas ‘I’m Into You’ e ‘No Diggity’, mas 2014 é ano do seu álbum de estreia – “Built On Glass” é então o cartão de visita que o australiano nos apresentará no Palco Heineken no dia 12 de Julho.
#02 The War On Drugs
The War On Drugs é Adam Granduciel. Este chamou particular atenção em 2011 com o disco “Slave Ambient”, sendo que em 2014 é que este nome tem merecido mais referências, porque existe “Lost In The Dream” a ser globalmente aclamado como um dos discos do ano. Para certificar a qualidade do mesmo, ao vivo, no Palco Heineken, também no dia 12 de Julho.
#03 Phantogram
São um duo, mas não são os Crystal Castles, em todos os sentidos de comparação possíveis. “Eyelid Movies” já tinha entusiasmado o universo da música electrónica mais popular e em 2014 trazem-nos o disco “Voices”, que contêm vários temas daqueles orelhudos, como ‘Fall In Love’, ‘Black Out Days’ e ‘Nothing But Trouble’, que prometem ecoar pelo festival. Sarah Bartel e Joshua Carter vão proporcionar um pé de dança alternativo no NOS Clubbing, novamente no último dia do festival.
#04 Nicolas Jaar
Começou aos 14 anos e, dez anos depois, é já uma referência da música electrónica minimalista. Ainda recentemente o vimos no NOS Primavera Sound, numa parceria com Dave Harrington conhecida por Darkside, mas a sua capacidade de fazer vibrar os espaços a solo não deve ser desprezada. Este jovem nova-iorquino agitará, de certeza, as ancas e os ombros do Palco Heineken a 12 de Julho.
#05 Temples
O rock psicadélico que marcou a década de 60 volta a respirar, e muito, nestes últimos anos. Não bastava os Tame Impala saber invocá-lo como poucos, também estes ingleses sabem o que fazem. “Sun Structures” é o primeiro álbum dos Temples, lançado no início de 2014, e não nos espanta se for considerado, por muitos, um dos discos de estreia do ano. A conferir esta máquina do tempo no Palco Heineken, no dia 10 de Julho.
#06 Parquet Courts
O estatuto de next big thing assenta bem à musicalidade dos nova-iorquinos Parquet Courts, num garage rock fingido de pós-punk a ser o mote para promissoras movimentações mais agitadas junto do Palco Heineken. “Sunbathing Animal” é o álbum acabado de lançar, que já dá que falar, e que será apresentado no segundo dia do festival.
#07 Unknown Mortal Orchestra
O nome da banda é grande e pode custar a dizer, mas quem tem Chris Mintz-Plasse num videoclip a fazer-nos lembrar de McLovin’ do filme “Superbad” está automaticamente qualificado para um artigo destes. Não têm muita originalidade na escolha do nome dos álbuns, mas “II” foi um dos discos de 2013 para muitos, lançado com o selo da Jagjaguwar. Tocam no Palco Heineken, no dia 12 de Julho, e merecem ser conferidos.
#08 Noiserv
Verdade seja dita, David Santos já nada tem a provar a ninguém, mas ainda é um fenómeno algo desconhecido para muitos. Uma armada de um homem só, Noiserv é um projecto bonito, eficaz, com uns contornos únicos e dignos de destaque em qualquer festival. “Almost Visible Orchestra” é o nome do mais recente disco e dele faz parte a viciante ‘I Was Trying To Sleep When Everyone Woke Up’. Actuará no primeiro dia do Optimus Alive, no Palco Heineken.
#09 Daughter
A voz de Elena Tonra deve ser um ponto incontornável desta edição do Optimus Alive. O disco de estreia, “If You Leave”, trouxe-nos belas canções como é o caso do single ‘Youth’, que promete ser um dos momentos altos do concerto. E existe também, algures, uma rendição incrível de ‘Get Lucky’, dos Daft Punk, proporcionada por este trio londrino. Para ser encantado, no dia 12 de Julho, no Palco Heineken.
#10 D’Alva
Alex D’Alva Teixeira é a voz que lidera um dos sons mais vivos para a próxima estação. Com “#batequebate” nas mãos, este projecto português tem até dois concertos nesta edição do Optimus Alive: dia 11 de Julho, no NOS Clubbing, com Gospel Collective, e dia 12 no palco Raw Coreto. Como cartão de visita, ‘Frescobol’ é um dos ritmos mais refrescantes para este verão e um ponto assente da música portuguesa de 2014.
Autor: Nuno Bernardo