Pela primeira vez na nossa lista, mas decerto não a última, Symphony X e Ayreon são dois gigantes do metal progressivo. A primeira com um grupo de fazer inveja a qualquer organizador de festivais de música pesada, e a segunda protagonizada pelo muito talentoso, Arjen Anthony Lucassen, que compõe, escreve e produz sozinho todos, ou quase todos, os seus álbuns.
Symphony X – 1997 – The Divine Wings of Tragedy
Foi este o álbum que marcou um ponto de viragem na carreira do grupo de Nova Jérsia. Até 1997, os seus álbuns, apesar de seguirem a mesma direcção musical, não tiveram a mesma qualidade deste The Divine Wings of Tragedy. Os lançamentos de 1994 e 1995 são, regularmente, tratados como os piores da sua discografia e como das piores estreias da história do metal progressivo.
Felizmente, o grupo consegue, com este lançamento de 1997, potenciar a qualidade que parecia estar escondida até essa altura, e lançar uma obra-prima do metal progressivo. Na minha opinião, este álbum tem todos os atributos de um disco de excelente qualidade. O grupo consegue uma das melhores performances da sua carreira e consegue conciliar a melodia do metal sinfónico com a complexidade e vigor do metal progressivo.
Lista de faixas para The Divine Wings of Tragedy:
01. Of Sins And Shadows
02. Sea Of Lies
03. Out Of The Ashes
04. The Accolade
05. Pharaoh
06. The Eyes Of Medusa
07. The Witching Hour
08. The Divine Wings Of Tragedy
1 – Part I – At The Four Corners Of The Earth
2 – Part II – In The Room Of Thrones
3 – Part III – A Gathering Of Angels
4 – Part IV – The Wrath Divine
5 – Part V – The Prophet’s Cry
6 – Part VI – Bringer Of The Apocalypse
7 – Part VII – Paradise Regained
09. Candlelight Fantasia
Juntamente com V – The New Mythology Suite, este The Divine Wings of Tragedy é o melhor resultado musical da sua discografia, com o grupo a compor um disco bastante sólido e muito bem estruturado. Muitas das faixas deste álbum prolongam-se, ainda, nas ‘setlists’ dos seus concertos e têm papel relevante na carreira dos Symphony X. A bastante poderosa faixa de abertura “Of Sins And Shadows”, conjugada com as complexas “The Accolade” e “The Divine Wings of Tragedy” e as melódicas “Candlelight Fantasia” e “The Eyes Of Medusa” tornam este disco essencial para os ouvintes de metal progressivo.
Symphony X – The Divine Wings of Tragedy (álbum na íntegra)
Ayreon – 2008 – 01011001
Apesar de muito recente, 01011001 é já um clássico do metal progressivo, rock progressivo ou opera rock, seja lá qual for o estilo musical que se quiser utilizar para definir um dos álbuns mais inteligentes, criativos e marcantes dos últimos 10 anos. Arjen Anthony Lucassen é já conhecido como um dos grandes ‘génios do seu tempo’, não só é um excelente multi-instrumentista como um dos compositores mais capazes e inteligentes da indústria musical. Confirmou, mais uma vez, todos estes títulos, muito recentemente, com o lançamento de The Theory of Everything, em 2013, considerado como um dos grandes discos do ano e com certeza um dos melhores da sua discografia.
Para muitos The Human Equation é o melhor disco da discografia dos Ayreon, no entanto este lançamento de 2008 não está muito longe da qualidade apresentada pelo álbum de 2004, sendo, pessoalmente, um dos meus favoritos e um dos que mais ouvi vezes sem conta.
Lista de faixas para 01011001:
Disco I (Y)
01. Age of Shadows incl. We Are Forever
02. Comatose
03. Liquid Eternity
04. Connect the Dots
05. Beneath the Waves
(a) Beneath the Waves
(b) Face the Facts
(c) But a Memory…
(d) World Without Walls
(e) Reality Bleeds
06. Newborn Race
(a) The Incentive
(b) The Vision
(c) The Procedure
(d) Another Life
(e) Newborn Race
(f) The Conclusion
07. Ride the Comet
08. Web of Lies
Disco II (Terra)
01. The Fifth Extinction
(a) Glimmer of Hope
(b) World of Tomorrow Dreams
(c) Collision Course
(d) From the Ashes
(e) Glimmer of Hope (reprise)
02. Waking Dreams
03. The Truth Is In Here
04. Unnatural Selection
05. River of Time
06. E=MC2
07. The Sixth Extinction
(a) Echoes on the Wind
(b) Radioactive Grave
(c) 2085
(d) To the Planet of Red
(e) Spirit on the Wind
(f) Complete the Circle
Conta a história de como a raça humana nasceu, com o surgimento de vida humana na Terra após a destruição e extinção dos dinossauros. Lucassen descreve esta evolução utilizando a existência de uma raça de seres aquáticos, que vivem no Planeta Y, como metáfora para desenhar todo o processo de desenvolvimento da vida humana. Estes seres descobrem o segredo da longevidade, mas o seu progresso tecnológico é de tal maneira avançado que estes seres acabam por ser dominados pelas máquinas, perdendo, aos poucos, as suas emoções básicas. De forma a escapar a este domínio, eles transportam o seu ADN para um cometa, em rota de colisão com a Terra, de forma a que, através dos humanos, possam evoluir. Inicialmente, a experiência resulta, com a raça de seres aquáticos a experimentar, de novo, as suas emoções básicas. No entanto, a experiência começa a falhar por causa da evolução do ser humano, que se deixa, também, influenciar pelas máquinas e desenvolvimento tecnológico.
Conta com nomes como Hansi Kürsch, Michael Romeo, Ty Tabor, Jørn Lande ou Simone Simons, entre outros. Conceptualmente é um dos mais inteligentes e criativos, instrumentalmente é, também, genial com todos os convidados a desempenharem um papel fundamental no desenvolvimento da história.
Ayreon – 01011001: Part I, Part II (álbum na íntegra)
// João Braga