Linda Martini @ Sala Tejo/MEO Arena, 12/10/2013

São 10 anos, tempo suficiente para um culto se formar. Os Linda Martini entraram na história da música portuguesa com uma ‘espontaneidade’ notável, imprimindo sempre uma qualidade generalizada em tudo o que conseguiram fazer até aqui, quer em composição musical, quer em espectáculos ao vivo, e é neste último ponto que uma banda destas nunca desilude.

Linda-Martini-02A Sala Tejo (MEO Arena) teve a recepção que os Linda Martini esperavam, estavam em Lisboa, e Lisboa teve o que esperava deles. Custou a encher um recinto, que de si, estava sedento que lhe fosse ‘tirado o pó’, por uma banda e por um público que o merecesse.

O intuito: ‘Turbo Lento‘. Foi muito mais! A banda trazia na bagagem o novo álbum, recentemente editado, mas este espectáculo não podia ficar por aqui. ‘Turbo Lento’ soa intensamente bem ao vivo (‘Juárez’ rebenta com a escala). ‘Ninguém Tropeça Nos Dias’ deu o mote de início ao espectáculo, seguem-se ‘Juárez’ e ‘Panteão’.

Tudo soa bem até então, mas dá para tirar uma rápida conclusão, a banda está mais sólida ao vivo, do que nunca, existe uma harmonia latente entre todos os membros quando estão em palco, que faz pensar que estamos presentes a uma das melhores bandas portuguesas dos tempos recentes, e estamos mesmo.

Linda-Martini-03Quando toda esta mistura se faz com os temas mais épicos de ‘Olhos de Mongol’ e ‘Causa Ocupada’, arma-se a barraca entre as hostes. Houve um ‘Belarmino’ muito bem acolhido, mas houve um ‘Cem Metros Sereia’ que foi o fim do rastilho que ardia desde bem cedo (conta-se que foi acendido por público que às 13 horas já marcava presença à porta do recinto).

‘O Amor É Não Haver Polícia’ e  ‘Dá-me a Tua Melhor Faca’ encerram a noite e fazem o pleno. Não há muito mais para contar, é mais Linda Martini, mais apurado, mais arrumado, com uma fórmula e uma mística que continuam a resultar, para nosso gáudio.

Texto: Ricardo Raimundo
Fotografia: Diogo Oliveira