Mais um ‘Fundamentais’ e mais dois álbuns para se juntar à colecção de qualquer aficionado do bom rock progressivo, principalmente, do mais clássico e mais “old-school” possível. Os seguintes álbuns representam, o que se pode de chamar, a rampa de lançamento para a formação do rock clássico/progressivo/sinfónico. Foram lançados com uma pequena diferença de dois anos, e muita coisa aconteceu ao longo deste pequeno período de tempo.
Procol Harum – 1967 – Procol Harum
É com toda a certeza, um dos mais bem-sucedidos álbuns na discografia da mítica banda britânica, comandados pela criatividade das letras de Keith Reid e a magia vocal e técnica do lendário Gary Brooker, Procol Harum consegue ter emoção, energia e muito peso. Não é muito habitual ouvir uma banda com a capacidade de juntar um piano clássico em todas as suas faixas, e mesmo assim conseguir um resultado tão eléctrico e progressivo como foi conseguido neste álbum.
Para além do mais, não me lembro de muitas bandas que consigam ter um resultado tão bom ao longo da sua discografia, misturando uma vertente clássica e quase orquestral com uma vertente tão “rockeira” e até psicadélica.
Lista de faixas para Procol Harum:
01. Conquistador
02. She Wandered Through the Garden Fence
03. Something Following Me
04. Mabel
05. Cerdes
06. A Christmas Camel
07. Kaleidoscope
08. Salad Days (Are Here Again)
09. Good Captain Clack
10. Repent Walpurgis
Quase todo o disco é obrigatório, desde a alegre “Conquistador” até à espectacular “Repent Walpurgis”, passando pela espiritual “She Wandered Through the Garden Fence” e a eléctrica “Cerdes”, o grupo consegue ter ao longo do disco uma performance bastante unida e a produção do disco é bastante boa para a época. O álbum apesar de ter faixas diferentes umas das outras, consegue mesmo assim ser bastante consistente e foi considerado pela Classic Rock Magazine como um dos “50 álbuns que construiu o Rock Progressivo”.
Procol Harum – Procol Harum (álbum na íntegra)
King Crimson – 1969 – In the Court of the Crimson King
Não há palavras que cheguem para descrever a importância que este álbum teve para a construção do rock progressivo. É um dos meus favoritos, e um dos que mais vezes ouvi, para além de ser dos poucos que considero como sendo uma verdadeira obra-prima musical. Lançado em 1969, foi o álbum de estreia dos King Crimson formados à altura por Robert Fripp, Michael Giles, Greg Lake, Ian McDonald e Peter Sinfield, e apesar de actualmente ser um dos mais respeitados discos alguma vez concebidos, aquando do seu lançamento recebeu algumas críticas desfavoráveis.
Muitos não o receberam de “braços abertos” devido à sua inovadora abordagem musical, quebrando com a tendência clássica de jazz, blues e rock que é muitas vezes associada à época de 1965 e 1969. No entanto, decorridos mais de 40 anos do seu lançamento o disco foi recebido de outra maneira pelas diversas gerações de fãs e de críticos do estilo.
Lista de faixas para In the Court of the Crimson King:
01. 21st Century Schizoid Man
02. I Talk to the Wind
03. Epitaph
04. Moonchild
05. The Court of the Crimson King
O álbum começa de uma forma bastante atrevida, tanto em termos, instrumentais como conceptuais com “21st Century Schizoid Man” que desde logo coloca o disco numa perspectiva crítica totalmente diferente; seguem-se as profundas e emocionais “I Talk to the Wind”, “Epitaph” e “Moonchild”, esta última com mais de 12 minutos de duração; o disco encerra com “The Court of the Crimson King” que tal como as anteriores faixas tem uma índice de complexidade técnica bastante elevado.
À semelhança com o álbum de Procol Harum, este também acabou por ser condecorado diversas vezes, sendo considerado como um dos “50 álbuns que construiu o Rock Progressivo” pela Classic Rock Magazine.
King Crimson – In the Court of the Crimson King (álbum na íntegra)
// João Braga