Bang foram considerados, em tempos, a versão americana dos lendários Black Sabbath. Mas, principalmente, devido à sua inexperiência e falta de direcção técnica, eles foram obrigados a mudar a sua direcção musical para algo mais comercial. A formação mais reconhecida esteve presente no álbum de estreia da banda intitulado Bang, que é também o melhor na discografia do grupo americano. O álbum de estreia é o mais parecido, musicalmente, com a sonoridade apresentada pelos Black Sabbath. Bang lançou um EP e cinco álbuns de estúdio. A formação mais conhecida é a de Tony Diorio (bateria), Frank Glicken (guitarra) e Frank Ferrara (voz e baixo).
Os dois Franks tiveram a ideia de começar uma banda quando ainda estavam no liceu. Ambos eram muito jovens com apenas 16 anos cada. Tiveram a sorte de encontrar um baterista mais experiente, Tony Diorio, quase dez anos mais velho que os Franks. O trio sempre se quis inspirar em grupos como Black Sabbath, Grand Funk Railroad e Led Zeppelin. Sob um nome diferente actuaram em alguns concertos. Quando o grupo mudou o nome para Bang (nome inspirado pela “explosão” de bandas britânicas em solo americano), no início de 1971, o trio decidiu viajar para a Florida e tentar a sua sorte. Tiveram a sorte de conseguir tocar em alguns concertos e impressionar um “booker” que confiou neles e aceitou ser o manager do trio. Graças ao novo manager a banda passou o verão a tocar ao vivo e gravou, em Miami, Death of a Country. Conseguiram atrair a atenção da Capitol Records, com um contrato de quatro álbuns, mas a produtora recusou lançar o primeiro EP da banda. Death of a Country foi apenas lançado quase 40 anos depois, em 2004.
Em 1972, a banda lançou o seu álbum homónimo. Foi neste lançamento que o grupo começou a ser chamado a versão americana do Black Sabbath. Quando comparado com o EP, este Bang tem uma direção bem mais heavy metal e bem mais direta com arranjos instrumentais mais pesados e agressivos e uma performance muito mais enraivecida.
Lista de faixas de Bang:
01. Lions, Christians
02. The Queen
03. Last Will And Testament
04. Come With Me
05. Our Home
06. Future Shock
07. Questions
08. Redman
Quase todo o disco é digno de destaque. As melhores faixas são: “The Queen”, “Come With Me”, “Questions”, “Future Shock” e “Lions, Christians”. A performance do grupo é bastante boa mas o meu destaque principal vai para a guitarra de Frank Glicken que, apesar de jovem, consegue compor pesadíssimos riffs e solos de “rebentar a cabeça”. Outra curiosidade que provocou comparações com o som de Black Sabbath é a voz de Frank Ferrara, que pode ser muitas vezes semelhante à de Ozzy. Apesar de tudo, a produção álbum deixa um pouco a desejar. Numa escala de 0 a 10, atribuía ao álbum um 9/10, apesar de se notar imaturidade ao longo de todo o disco, é clara a capacidade da banda em poder ascender à “liga principal” do heavy metal, na altura.
O segundo álbum do grupo começou a ser produzido numa época de muito reboliço na sua produtora, a Capitol Records. A Capitol Records, que achava que o som da banda deveria ser mais comercial, incentivou o jovem grupo a mudar o seu estilo musical. Mother/Bow To The King foi lançado em finais de 1972, e apesar de ser um álbum bastante bom, não continha a mesma marca de heavy metal/hard rock que os tinha caracterizado no álbum de estreia. Apesar de ter recebido críticas favoráveis, o disco falhou em ser o sucesso comercial que a Capitol Records esperava.
Por esta altura, o trio estava já praticamente abandonado com a falta de fé da sua produtora. O terceiro álbum intitulado, Music, foi lançado em 1973 com uma marca ainda mais comercial que o antecessor. Muito poucos elementos de heavy metal/hard rock estavam presentes neste lançamento de 1973, fazendo que este álbum fosse menos bem recebido por parte dos fãs. Mesmo assim, contém três ou quatro faixas bastante boas. O álbum foi muito mal recebido comercialmente e a Capitol Records perdeu a paciência com o grupo. Acabaram o contrato compondo mais três singles, os Lost Singles, “Slow Down”, “Feels Nice” e “Make Me Pretty” mas nunca saíram da prateleira e só puderam ser ouvidos em 2004.
A banda encerrou actividades em 1973.
O trio reuniu após 25 anos de hiato em 1996, para lançar em 1999 Return To Zer0 e em 2004 The Maze.
A banda teve todos os ingredientes necessários para singrar no mundo do heavy metal. Por causa da produtora a banda começou a modificar o seu estilo musical e adoptar outro som, muito menos apelativo ao grupo de fãs que os seguia após o lançamento do primeiro álbum. Apesar de continuarem em actividade ainda hoje não têm a mesma força de antigamente.
// João Braga