Entrevista a A TREE OF SIGNS

RUÍDO SONOROA Tree Of Signs, um novo projecto nacional com membros já conhecidos, mas com um conceito e som bastante diferentes de tudo o que fizeram até hoje. De onde surgiu esta necessidade de tocar Doom/Rock psicadélico?
A TREE OF SIGNS: Não foi propriamente por necessidade, sempre fomos fãs de Doom e Rock, mesmo antes de surgir este “hype” em torno deste estilo de música, e dá-nos um enorme prazer tocá-lo à nossa maneira.

RS“Alchemy Doom Rock”, lê-se na vossa página do Facebook. Porquê alquimia? De que nos fala mais concretamente este EP de estreia?
ATOS: Sim, tocamos Alchemy Doom Rock assumidamente. Todo o conceito do disco gira em torno da Alquimia, pois existe um interesse pessoal neste tipo de Arte e Filosofia. O conteúdo lírico de “Salt” tem basicamente a ver com a evolução humana e a procura do teu potencial, das tuas capacidades, todas as letras são extractos de manuscritos antigos, que foram adaptados e pensados de forma a encaixarem na métrica das músicas. Musicalmente, a ideia foi criar temas simples e gravá-los aos primeiros takes. Gostamos de manter as ideias puras e cruas, e acreditamos que os primeiros takes são os melhores, é onde se encontra o sumo todo que o teu subconsciente liberta. Não pretendemos ser perfeitos, nem descuramos a ideia de o ser. Mas este EP tinha que ser mesmo assim, foi como o idealizámos. O Miguel Fonseca (Thormenthor, Bizarra Locomotiva) foi também um elemento importante na definição do som do EP, pois após as gravações foi ele quem misturou e masterizou o disco. Todo este trabalho pretende, de certa forma, dar acesso a este conhecimento e simbolismo, bem como reavivar ou despertar o interesse nas pessoa sobre a Alquimia.

RSQuem desenhou a capa de “Salt” e o que simboliza?
ATOS: A capa foi desenhada por um amigo de longa data do Tosher, o ilustrador José Baetas, que vive em Mafra. Baseia-se nos mesmos princípios das letras, onde o simbolismo ao auto conhecimento e a expansão de ti próprio são a base. Foi um trabalho de pesquisa de elementos que, juntamente com o José Baetas, fomos integrando na capa. Alguns elementos, como é o caso do sol, que poderá simbolizar o ouro, e a lua, que simboliza a prata, o cabelo da mulher simboliza o ar e pode ser associado ao vento, a conexão da terra com o elemento humano, simbolizada na capa pelos pés da personagem feminina que se transformam em raízes, as serpentes, que também têm diversos significados como a vida (mudança de pele) e a morte (o veneno). O grafismo geral foi feito pelo Phobos Anomaly, amigo de longa data da banda e pelo qual temos um enorme respeito, pois somos admiradores do seu trabalho.
 

Gostamos de manter as ideias puras e cruas, e acreditamos que os primeiros takes são os melhores, é onde se encontra o sumo todo que o teu subconsciente liberta.

 
RSTodo o projecto está envolto numa tentadora aura de mistério. O que é a “árvore de sinais”?
ATOS: Bom… Nós gostamos de manter esse lado misterioso… Mas também deixar que este tipo de conhecimento te toque espiritualmente de uma forma não concreta; não consegues explicar todo o tipo de artes com palavras. As imagens criam-te emoções e fazem pensar. A árvore dos sinais por ela mesma pode ser vista como um símbolo da vida e de prosperidade, ou a fundação do mundo em que vivemos (em certas mitologias) e no nosso caminho podemos estar a mostrar sinais que interpretamos entrando neles. O estranho disto é tentar ver qual dos sinais são verdadeiros e quais os que criam falsas imagens.

RSComo tem sido a recepção ao vivo dos temas? Querem destacar algum concerto especial?
ATOS: As reacções têm sido positivas, mas ainda foram poucos os concertos que dêmos. Estamos a preparar uma pequena tour por Portugal para a promoção do EP, mas para quem queira seguir a banda, nada melhor que ir acompanhando a nossa página oficial do Facebook.

RSJá existem planos para um novo lançamento? Se sim, o que podemos esperar dele?
ATOS: Sim, estamos a trabalhar na pré-produção do primeiro álbum, e já temos algumas músicas praticamente finalizadas. Algumas delas vão ser apresentadas ao vivo brevemente. Esperamos que desta vez, mostrando o trabalho de pré-produção, alguma editora tenha interesse e possibilidades para financiar o estúdio, para podermos apresentar um trabalho com melhor qualidade a nível sonoro.
 

Nós gostamos de manter esse lado misterioso… Mas também deixar que este tipo de conhecimento te toque espiritualmente de uma forma não concreta; não consegues explicar todo o tipo de artes com palavras

 
RSOs A Tree Of Signs são um trio neste momento. Sentem a tentação de acrescentar alguém/algum instrumento extra, ou a simplicidade no elenco é para manter?
ATOS: Não, esta é a formação que pretendemos manter. Todos os membros da banda são muito importantes no processo de composição e envolver mais pessoas só iria complicar. Talvez ter alguns convidados, isso sim é possível que possa acontecer.

RSEm Portugal nascem novos projectos de Metal/Rock a um ritmo crescente, mas poucos se preocupam em ter uma imagem profissional e distinta como vocês. O que acham deste “boom” recente de bandas no nosso país?
ATOS: De certa forma, é bom haver mais gente a fazer música, o nosso mercado é muito pequeno e existe uma necessidade de expansão além fronteiras. Existem já muitas bandas portuguesas a fazer tours pela Europa, o que é excelente e abre “portas”. Portugal tem boas bandas que merecem mais atenção além fronteiras. Cada banda sabe aquilo que pretende transmitir com a sua imagem, nós criámos a nossa imagem de forma a transmitir a ideia que pretendemos.

RSQuanto aos projectos do Nocturnus e da Veronica, podemos esperar novidades em breve para algum deles?
ATOS: Estamos todos a trabalhar em novo material com os outros projectos/bandas. Os Corpus Christii estão a preparar o novo álbum, a Verónica está a acabar a nova demo para V-Kaos, os Morte Incandescente também estão a trabalhar em material novo… Por isso sim, vão ter novidades muito em breve.
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