Entrevista aos ENCHANTYA

RUÍDO SONOROOs Enchantya não são uma banda nova nem inexperiente, no entanto, apenas agora apresentam o álbum de estreia. Porque tão longa espera?
RUTE FEVEREIRO (ENCHANTYA): A longa espera deveu-se sobretudo a mudanças no núcleo da banda e a uma pré-produção mais longa do que esperávamos. Ainda começámos a gravar o álbum noutro estúdio, mas as coisas não resultaram e tivemos de gravar de início nos estúdio The Pentagon Audio Manufacturers com o Fernando Matias.

RSEste projeto nasce, em parte, do fim das Black Widows. Porque é que a primeira banda feminina de metal nacional acabou após lançar um excelente álbum de estreia?
RF: As Black Widows não acabaram! Na nossa biografia está referido que EnChanTya surgiu após uma pausa das Black Widows. Entretanto as Black Widows estiveram ativas de 2005 a 2010, mas neste momento a banda está numa pausa forçada, pois tenho-me dedicado mais a EnChanTya e, obviamente, porque há que procurar novas “Widows”. Ideias há muitas e adoro tocar guitarra, mas há que reunir as pessoas certas e responsáveis e essa é sem dúvida a parte mais complicada!

RSA Rute não esteve propriamente parada nestes 8 anos. Participações em álbuns de Ancient Rites e Beto Vázquez Infinity e uma candidatura a vocalista de Nightwish. No entanto, no álbum dos Enchantya não temos qualquer artista convidado. É uma hipótese para o futuro? Quem gostariam de ter a cantar/tocar num álbum vosso?
RF: Sem dúvida que teremos convidados, alguns dos quais participaram no nosso concerto de apresentação do álbum, que decorreu a 16 de Novembro em Almada. Para além das pessoas convidadas, há um sem número de artistas que iriam adicionar muito de si ao sucessor de Dark Rising, mas isso já irá partir de uma decisão de banda e de uma aceitação de um convite.
 

A sonoridade é dicotómica, pois neste álbum há momentos de muita raiva, de muita revolta, de uma nostalgia que se mete dentro da alma, mas também há doçura, há encanto e esperança.

 
RSApós muitas alterações, é seguro afirmar que o vosso line-up atual é estável? Podemos esperar mais no futuro deste elenco?
RF: À excepção do Bruno Prates, que entrou na banda este ano como nosso guitarrista, a formação de EnChanTya é estável desde 2007. Nós aprendemos a trabalhar uns com os outros, todos temos gostos diferentes, mas a base é mesmo o Metal. Pode-se esperar no futuro a continuidade de uma panóplia de géneros casados com o Metal!

RSFocando-nos agora no Dark Rising: podem descrever o disco, tanto em termos de conceito e mensagem, como em sonoridade e processo de composição?
RF: O conceito do álbum está relacionado com a ascensão de quem já foi ao fundo de si mesmo, dos seus piores medos. Há uma dissolução do nosso antigo “eu” e há que dar lugar a uma nova pessoa que nem sabíamos que existia em nós até sermos puxados ao limite. A sonoridade é dicotómica, pois neste álbum há momentos de muita raiva, de muita revolta, de uma nostalgia que se mete dentro da alma, mas também há doçura, há encanto e esperança. Quanto ao processo de composição, há temas mais antigos que tem mais o meu cunho e há temas mais recentes feitos pela banda na sala de ensaios.

RSComo se deu o contacto com uma editora tão prestigiada como a Massacre Records?
RF: O contacto com a editora foi feito através do envio de um CD. Passados uns tempos recebemos a resposta positiva. Foi uma sensação muito boa.

RSPorque decidiram incluir os temas do EP “Moonlightning The Dreamer” neste álbum?
RF: Fazia sentido o álbum ter estes temas porque estavam de acordo com o conceito do álbum, são temas que falam da fase inicial da ilusão, onde se espera algo do mundo, mas em que nos defrontarmos que as nossas ilusões, que só nos fizeram ir ao fundo do poço. Falar de uma “Dark Rising” sem explicar a origem deste processo através destes temas não faria sentido.
 

Já há conceito de álbum. E como já trabalhamos juntos há anos, os temas são mais coesos e também mais profundos, quer a nível musical, quer a nível rítmico.

 
RSQuais as principais influências no processo de composição de Dark Rising?
RF: Gostarmos daquilo que fazemos por mais louco que seja!

RSExistem planos para algum videoclip retirado deste primeiro álbum?
RF: Se tudo correr como previsto, iremos gravar o nosso primeiro videoclip já este mês de dezembro; iremos contar com o apoio do Cameraman Metálico e do Rui M. Leal nas filmagens e edição.

RSEm 2013 vamos poder ver os Enchantya ao vivo com alguma frequência? Talvez nalgum festival de verão?
RF: Nós esperamos que isso aconteça, depende claro das propostas que a banda receber.

RSJá há ideias para novos temas ou a banda prefere andar a ritmo seguro e dar cada passo com calma?
RF: Já há sim, estamos até a selecionar os melhores temas para trabalhar, uma vez que já temos imensos. Já há conceito de álbum. E como já trabalhamos juntos há anos, os temas são mais coesos e também mais profundos, quer a nível musical, quer a nível rítmico. A nível de letras também já estou a escrever algumas que se enquadrem naquilo que designámos para descrever os temas em questão.