A Ruído Sonoro esteve à conversa com os Raven Dust, banda em destaque desta quinzena. Aqui ficam as palavras da banda.
RUÍDO SONORO: Nascidos em 2004, vocês passaram por muitas mudanças nestes 7 anos e meio de existência. O que nos podem revelar deste período de crescimento da banda?
RAVEN DUST: A experiência é, sem dúvida, a melhor dádiva que podíamos ter ganho ao fim deste período. Desde os tempos em que eu (Sérgio) e o Edu ensaiávamos em casa dele com pouco mais do que uma modesta Squire e uma bateria feita de jambés, panelas e braços de cadeira, crescemos muito os 4, tanto a nível musical como a nível pessoal. Depois destes 7 anos, podemos afirmar com segurança que sabemos quem somos e o que queremos, ao longo do rumo que decidimos tomar.
RUÍDO SONORO: Qual foi o maior obstáculo que já tiveram que ultrapassar enquanto banda nesse mesmo período?
RAVEN DUST: Não conseguimos apontar um obstáculo principal que se destaque de todos os outros, mas sim 3 factores que nos dificultaram a vida e que requereram bastante trabalho e esforça para os resolver: a distância física entre nós por grandes períodos, as diferenças de horário e a constante entrada e saída de solistas, que até ao ano passado (ano de entrada do Filipe na banda) era quase um drama, porque as duas partes nunca se encaixavam completamente, coisa que aconteceu naturalmente com o Filipe.
RUÍDO SONORO: Certamente muitos se questionam: porquê tanto tempo para chegar finalmente a este trabalho de estreia?
RAVEN DUST: Como dissemos, os problemas dos horários, distâncias, e principalmente das constantes trocas de solistas levaram-nos a demorar mais tempo que o normal a solidificar o nosso som e a produzir o primeiro trabalho.
RUÍDO SONORO: Contentes com o resultado final? O que destacariam do EP Sinner?
RAVEN DUST: Nós vemos o Sinner como um trabalho de experiência, de descoberta de uma linguagem, e no geral estamos satisfeitos com o produto final. O que importa destacar neste trabalho foi o gozo que nos deu fazer o EP e a experiência que adveio de todo o processo.
RUÍDO SONORO: Quanto à produção do mesmo, o que têm a dizer do trabalho do Tiago Mesquita?
RAVEN DUST: O Tiago foi excelente, não só pelo empenho e método que tem no trabalho e pelas boas dicas que nos deu, mas principalmente porque nos conseguiu aturar durante uns meses.
RUÍDO SONORO: Adoro a capa do Sinner. Quem foi a mente criadora e que relação tem essa mesma capa com a sonoridade do EP?
RAVEN DUST: Essa mente será a minha (Sérgio). Quando tive de inventar uma capa para o EP tinha também nas mãos o trabalho de compor o cartaz para o concerto de lançamento. Então sentei-me no chão do meu quarto a ouvir as músicas continuamente e deixei-me levar pelo ambiente que se instalou. Gosto de trabalhar dessa maneira porque assim sinto que as coisas ficam mais cruas, fortes, em cima do momento. Apareceu assim a capa do EP, com elementos familiares à banda, como os corvos, representando as sensações que o nosso som me traz.
RUÍDO SONORO: Quanto à possibilidade de um videoclip, já pensaram nisso?
RAVEN DUST: Sim, já nos ocorreu bastantes vezes e temos planos para isso, mas preferimos deixar o assunto em suspense, para que isso possa acontecer sem pressões.
RUÍDO SONORO: O que podemos esperar dos Raven Dust em 2012?
RAVEN DUST: Desde a saída do EP que ainda não parámos. Estamos neste momento a trabalhar e a produzir novos temas para um possível álbum e encontramo-nos numa fase muito boa, estamos a tirar imenso gozo do que está a “sair”. A experiência que ganhámos com as músicas do EP foi muito positiva, porque nos permitiu limar algumas arestas, e estamos preparados para o que der e vier. Estamos com um som mais pesado e sem “bullshit”.
RUÍDO SONORO: Em tempos de crise, é cada vez mais notório que o lucro das bandas vem sobretudo dos concertos. Com quem gostariam de partilhar o palco?
RAVEN DUST: Essa é, infelizmente, a verdade dura e crua do nosso mundo e temos que nos adaptar a ela da melhor maneira que soubermos. Tirando as bandas internacionais que crescemos a ouvir e que nos influenciaram, como os Metallica, Trivium, Mastodon, Lamb of God, entre outros, seria um enorme prazer para nós estarmos lado a lado com os RAMP em palco.
RUÍDO SONORO: Para terminar, querem deixar alguma mensagem aos vossos fãs e a bandas que, como vocês, estão a começar?
RAVEN DUST: Queremos agradecer aos nossos fãs, que sempre nos acompanharam e que nos dão força para continuarmos a fazer aquilo que gostamos. Em relação às novas bandas, sigam as palavras do nosso PM e emigrem, porque quanto menos concorrência tivermos, melhor! (risos).