Entrevista a BurnDamage

A propósito do lançamento do seu primeiro Ep, “Reborn”, estivemos à conversa com Inês Freitas e Alexandre Grácio da banda BurnDamage.

 

Ruído Sonoro: Lançaram recentemente o vosso primeiro Ep, “Reborn”, e já tiveram a oportunidade de dar alguns concertos de divulgação. Como é que têm corrido?580177_582320321801783_1349260161_n

BurnDamage: De uma forma geral, bem. Há que ter a perfeita noção de que, encarando a situação geral actual (e sem querer entrar em grandes pormenores ou debates desse aspecto já tão familiar a todos), acaba por ser difícil atrair tanta gente a estes eventos do underground quanto nós gostaríamos. Os apoios são poucos e por vezes inexistentes até. No entanto, desistir é sempre o caminho mais fácil, e no meio disto tudo, a chave está na persistência. O facto é que somos sempre recebidos de forma calorosa, mesmo quando nunca nos ouviram ou viram ao vivo anteriormente, esteja uma casa cheia ou não, e não há melhor recompensa do que essa; ainda para mais quando as pessoas nos abordam no fim, partilham a sua opinião e acabam por levar o Ep ou até mesmo uma t-shirt com elas.

RS: Porque é que escolheram o nome “Reborn”, e o porquê do tema “Addict” para single de estreia?

BD: BurnDamage é um nome que existe já desde 2008, mas que há pouco mais de dois anos sofreu uma alteração na formação, e inevitavelmente o frontman saiu, e como é normal, é uma baixa que levou tudo à estaca zero.

A entrada da Inês na banda em 2011, fez com que houvesse uma renovação do repertório e da própria sonoridade, sendo que as influências que já trazia de projectos anteriores eram pertencentes a um estilo mais pesado e ligado ao Death Metal mais extremo. O nome “Reborn” advém principalmente desse mesmo ponto de viragem, no fundo quase um “renascimento” enquanto banda.

Mudámos a afinação e começámos a compor novos temas ainda mais agressivos e poderosos dos que tínhamos, e hoje em dia conseguimos ser algo versáteis por ser um bocado difícil de caracterizar ao certo o sub-género, dentro do metal, ao qual pertencemos. O tema “Addict” seria um óptimo ponto de arranque tendo em conta que nele conseguimos ouvir de tudo um pouco daquilo que os BurnDamage fazem ao longo de todo o repertório que têm, desde os blastbeats aos ritmos mais lentos e demarcados da bateria, até aos registos vocais, que tanto diferem entre um registo grave e firme tipicamente Death, e um registo agudo mais prolongado.

RS: Apesar deste ser o vosso primeiro Ep, a setlist é composta por músicas já conhecidas pelo público. Estão a preparar algum material novo?

BD: De momento estamos mais focados na divulgação do Ep através, principalmente, de concertos de norte a sul do país, o que nos exige dar uma especial atenção às músicas que o compõem, bem como às restantes que já fazem parte das nossas setlists apresentadas em palco.
No entanto sim, acaba por ser um pouco inevitável que durante um longo período de tempo dedicado a ensaios e à execução contínua de músicas que já conhecemos tão bem, surja uma ou outra ideia nova que é colocada em stand-by, e que tencionamos trabalhar em breve!

601924_582320445135104_55303903_nRS: Porque é que decidiram gravar um Ep em vez de um álbum?

BD: Nunca tínhamos lançado algo oficial, por isso preferimos estreamo-nos com um Ep de 5 malhas do que lançar um álbum. Um álbum requer mais tempo de estúdio e consequentemente mais custos, por isso temos que estar numa fase de maior maturidade para o lançamento se realizar de forma a que tudo corra de feição e ao nosso gosto.

RS: Pensam em lançar um álbum de originais num futuro próximo?

BD: Não, em principio só para o próximo ano (2014).

RS: Que outros projectos é que têm para o futuro?

BD: Promover o máximo possível o nosso Ep e tocar o máximo possível por todo o país, com bandas emergentes e amigas. Iremos lançar em breve alguns videos de forma a promover a nossa imagem convenientemente pelo mundo fora e pela internet/redes sociais

RS: Onde é que vão ser os vossos próximos concertos?

BD: A nossa próxima paragem será no InLive Café, na Moita, juntamente com os Zygon, Diabolical Mental State e Gennoma, bandas com as quais já tivemos o prazer de partilhar o palco. Iremos depois tocar no centro de Lisboa, no Cais do Sodré, mais propriamente no Bar Roterdāo (cartaz a anunciar).
De resto, estamos ainda em negociações com os sítios nos quais pretendemos tocar, mas aquilo que podemos garantir é que tencionamos continuar a dar a conhecer a nossa banda aos apreciadores de música pesada, e iremos promover o nosso Ep “Reborn” um pouco por todo o país.

 

Entrevista por Rita Cipriano.
Fotografias por Rúben C. Claudino.