OUT.FEST. A fotogaleria da edição dos 20 anos

Fotografia: Nuno Bernardo

Entre os dias 2 e 6 de Outubro, o Barreiro recebeu uma melómana edição de 20 anos de OUT.FEST. 20 anos de música exploratória, quer dita experimental ou sugestiva entre propostas desafiantes, que colocaram a cidade da Margem Sul no mapa dos sons menos óbvios. Durante 5 dias e em 8 espaços diferentes, o OUT.FEST deste ano fez-se de 33 actuações e de muito público.

A noite inaugural, arrancada com a apresentação do livro dos 20 anos do OUT.FEST, distribuiu-se entre dois espaços um pouco distantes da cidade. Primeiro fizemos no Auditório Municipal Augusto Cabrita A Viagem d’Os Heróis Indianos Romanos Africanos, espectáculo coordenado por Alan Courtis com a assistência de André Neves, Bernardo Álvares e Leonardo Bindilatti, foi o resultado da apresentação anual de um projecto que a OUT.RA e a Associação Nós têm vindo a desenvolver com vista à inclusão social de pessoas com deficiência ou em situação de risco.

Já na Sala 6, espaço que habitualmente pica o ponto no OUT.FEST, recebeu este ano um único concerto com a dream team de jazz livre Rodrigo Amado Unity, em que o saxofonista surgiu acompanhado por Hernâni Faustino no contrabaixo, Gabriel Ferrandini na bateria e Rodrigo Pinheiro no piano.

 

O arranque do segundo dia, a 3 de Outubro, deu-se ao final de tarde na Igreja de Nossa Senhora do Rosário com as canções, entre saxofone desenfreado e guitarra clássica reverberante, de Zoh Amba. Já depois da hora de jantar, na SIRB “Os Penicheiros”, puxou-se pelos decibéis com a electrónica fracturante de Dreamcrusher e o hiphop consciente de Armand Hammer.

 

Ao terceiro dia a Igreja de Santa Cruz foi curta para acolher tantos interessados às portas para LEIDA e FUJI|||||||||||TA, pelo que só à noite na ADAO se conseguiram centrar atenções. Já depois dos sets do trio Inês + Arianna + Violeta e dos decks de Mariam Rezaei, o volume da sala foi testado com noise rock às mãos de Donna Candy. A guerrilha do kuduro do passado colonial do angolano Nazar abriu caminho para o kraut hipnótico de France, com a sanfona no centro do drone, e mais tarde para o IDM desconstructivo e exaltante de Zancudo Berraco. A noite terminou com Nkisi, electrónica ritualesca e fria tocada pelo afrofuturismo e pelo techno industrial.

 

Como o OUT.FEST nos habituou em edições anteriores, a tarde de sábado ficou reservada para a circulação entre salas no centro da cidade, mas desta vez foram apenas duas: a Biblioteca Municipal recebeu Eve Aboulkheir, Tomé Silva e Jules Reidy, enquanto a SIRB “Os Penicheiros” deu palco a Alfredo Costa Monteiro, Ulla & Perila e KAKUHAN.

Novamente na ADAO, à noite, o público entregou-se às actuações de Nu No e CAVEIRA, a começar, antes das batidas transatlânticas de Speaker Music e outras com direito a palavra afiada com a dupla H31R. Daí partiu-se para a festa balcã estruturada por Lenhart Tapes acompanhado pela voz de Tijana Stanković. O ponto alto da noite deu-se com a junção das forças de Nídia & Valentina [Magaletti], que apresentaram no Barreiro o seu novíssimo álbum Estradas. Ainda na ADAO, a terminar, OKO DJ tomou as rédeas da mesa de mistura.

 

O epílogo dominical, algo que há vários anos deixou de fazer parte do programa comum do OUT.FEST, regressou para se soprarem as 20 velas. Foi no SCR Paivense e a partir do período da tarde que distintas correntes musicais deram o som da distribuição de bolas de manteiga, típicas da cidade e que serviram como bolo de aniversário.

Já depois de carolf e Ghosted, foram os sets de ojoo e DJ Anderson do Paraíso que circundaram as horas de jantar, antes de uma despedida em definitivo desta edição com sòn du maquís e Chuquimamani-Condori.