Fotografia: Ana Ribeiro (Grifus) | Texto: Ana Rodrigues
Mais um ano, mais uma voltinha pelo Parque da Cidade para mais um Primavera Sound Porto. De 6 a 8 de Junho o recinto habitual do festival voltou a encher-se de glitter, cores, toalhas, apesar de em menor número, tendo até um dia esgotado repleto de flores e véus. Os altos e baixos do parque reflectiram os acontecimentos desta 11ª edição, marcado pelo domínio feminino, constantes cancelamentos de bandas, a aparente típica chuva, horários de concertos alterados a três dias do festival e um palco que cedeu inesperadamente.
Dia 6 de Junho
Ana Lua Caiano abriu as portas do festival, no Palco Super Bock, com o seu espetáculo DIY onde mescla a música portuguesa tradicional com ritmos modernos. Os seus tons tradicionais fizeram recordar de certa forma Lankum e lamentar o facto destes terem cancelado o concerto no Porto, na véspera, alegando problemas que os impedia de viajar para o nosso país.
Os australianos Royel Maddell e Otis Pavlovic, membros de Royel Otis, iniciaram a festa no Palco Vodafone e assinaram a sua estreia em terras lusitanas. Cumpriram como banda de início de festival com energia de quem toca ao final de tarde. Foi claro que conseguiram agitar o público mais jovem e fazer mexer o pezinho dos restantes. A meio do concerto o relvado já estava mais composto de festivaleiros, que seguravam as suas cervejas na mão enquanto apreciavam o bom tempo que o dia estava a proporcionar. “Oysters in My Pocket” mostrou exactamente como estes australianos têm a audiência nos seus bolsos. Musicalmente têm na mão um indie muito contagiante e divertido, um jangle-pop como alegam tocar, apesar dos vocais carecerem de energia e serem um tanto ou quanto monótonos. Podemos dizer que o ponto alto do concerto, para além dos hits mais conhecidos como “Sofa King” e “Kool Aid” para finalizar, foi, sem dúvida, a versão de “Murder on The Dance Floor”, original de Shopie Ellis-Bextor que renasceu das cinzas e atingiu de novo os tops musicais duas décadas depois a reboque do controverso filme Saltburn, lançado no início do ano. Posto isto, jovens e graúdos foram contagiados com esta escolha estratégica.
No espaço de cinco minutos, os grandes Blonde Redhead libertaram a sua energia no Palco Super Bock num concerto que não chegou a uma hora de duração. Foi aqui que os conflitos de horários se começaram a pesar, enquanto Militarie Gun se estreavam no Palco Porto.
Foco principal para as 19h40, quando o Palco Vodafone foi abalroado com a monstruosidade de Amyl and the Sniffers. Estes também australianos dominaram o final de tarde com uma energia de se perder de vista. Sem medo de fazer expressões faciais que se possam considerar como feias, Amy Taylor, vocalista, pregou gritando a palavra do punk, sempre de forma provocadora e reivindicativa. Obviamente que os temas do dia não foram esquecidos: o controlo dos media sobre a guerra no Médio Oriente, os direitos LGBT e a emancipação feminina. Destaque para a interpretação de “Security”, que abanou fortemente o terreno, com algumas falhas que poderão ser facilmente culpabilizadas pela atitude punk, a sentida e crua “Knifey” e ainda “Hertz”. Proporcionaram uma grande agitação no público com direito a mosh e uma narigada numa coluna por parte de Amy enquanto cantava e dançava em cima delas em “Some Mutts (Can’t Be Muzzled)”, tema de encerramento. Amy conseguiria dominar perfeitamente o espetáculo sozinha, mas não seria a mesma coisa sem o óptimo trabalho dos The Sniffers.
Novamente com cinco minutos de tempo para correr de um palco para o outro, havia duas opções: Eartheater e PJ Harvey. Obviamente que a enorme Polly Jean Harvey foi escolhida pela maioria do público, deixando um miserável restante número de pessoas para Alexandra Drewchin. A mais de metade do concerto alguns curiosos começaram a aparecer para espreitar o Palco Super Bock, à conta de um infeliz problema na guitarra de Harvey, que condicionou parte inicial do seu concerto.
Depois de um set de PJ Harvey muito dado ao público, Mitski preferiu entrar num concerto só dela. Deu o disclaimer que iria entrar na sua personagem e ignorar o mundo em redor, sublinhando que isso não significava que não amasse todas as pessoas que a estavam a observar, mesmo não as conhecendo. Podemos dizer que há uma Mitski antes e depois da música viral “My Love Mine All Mine”. É notória a diferença da sua passagem pelo festival em 2017 para a de 2024, no sentido em que antes tocava com os membros da sua banda e agora somente ela é a banda, criando um espectáculo teatral. Desta vez, a nipo-americana usou duas cadeiras como decoração de palco e cantou em cima de uma a emocionante “First Love/Late Spring”. Fez o chão estremecer com os gritos e aplausos da mais que conhecida canção viral, em que as luzes criaram um véu que caia sob Mistki, onde pairavam estilhaços de pratos de bateria dourados que refletiam a luz, dando a impressão que poderiam ser borboletas a voar. É importante realçar que foi a escolha de música para o meio do set, podendo ser um statement da própria de que essa canção não a define.
Dançou ainda uma espécie de valsa com uma luz de holofote que esteve constantemente a iluminá-la ao longo da sua performance. Transformou a sofrida “I Don’t Smoke” numa versão country animadíssima e terminou com uma aleatória e quase pateta dança na “Washing Machine Heart”. Quase no final, em “Love Me More”, Mitski finalmente dirigiu-se ao público, agradecendo a todos em cada canto do recinto por ainda se manterem com ela, apesar de alguns terem dispersado a meio.
Para além de Lankum, também Kim Petras, um dos nomes maiores do dia, já tinha cancelado há um mês todos os festivais de verão devido a problemas de saúde. Ana Frango Elétrico foi a escolha da organização para amenizar o problema. Foi claro que chamou imensa gente, mas foi uma escolha que não fez jus ao tipo de performer cancelado.
Dia 7 de Junho
Os portugueses MAQUINA. abriram o dia, no Palco Super Bock, com pessoas na plateia que se contavam pelas mãos. Aos poucos, começaram-se a avistar mais pessoas a descer a colina apressadamente. A banda não tem passado despercebida pelo panorama nacional e até internacional com as suas influências no krautrock e clubbing: a festa é garantida quando João, Halison e Tomás pisam os palcos. A meio do acto, o trovão que se ouviu e antecipou a chuva foi abafado pelo frenético concerto. Não seria descabido afirmar que foi gerado pelos MAQUINA., como se a energética e contagiante dança se tratasse de um ritual da chuva. O que é certo é que o dilúvio não demoveu praticamente ninguém. Os precavidos sacaram dos seus impermeáveis, outros colocaram casacos em cima da cabeça e os que não tinham forma de se proteger da chuva, simplesmente iam sacudindo o corpo ao ritmo da música até ao término do espectáculo. Posto isto, é de lamentar este trio ter sido a banda escolhida para arrancar o dia, pelas 16h35, sendo o seu impacto desperdiçado por ser uma escolha acertada para fim de dia. Tendo em costa os sucedidos imprevistos para este segundo dia do festival, teria sido realmente uma boa aposta.
Saindo do Palco Super Bock, era inevitável não passar pelo Palco Vodafone, mesmo ao lado. A surpresa instalou-se de imediato ao ver este palco rodeado de grades, gruas e técnicos no palco num alarido. O espaço temporal entre as actuações de Milhanas, André Henriques e Samuel Úria, não incluindo ao grupo os mutu que iriam actuar no Vodafone, serviram para secar um pouco da chuvada e para aumentar a especulação e a incerteza do que estava a acontecer. Provavelmente estaríamos ofuscados pela enchente de público para a headliner, Lana Del Rey, e pouco burburinho havia. O inevitável aconteceu e mais tarde a notícia azeda surgiu: o palco teria cedido durante a colocação do equipamento de Justice. Sendo assim, o alinhamento do dia foi alterado devido ao risco de inoperacionalidade do palco. O maior espanto surgiu quando os concertos de Justice e Classe Crua foram mesmo cancelados, com mutu a serem reagendados para o Palco Super Bock às 00h35 e The Legendary Tigerman colocado para actuar no dia seguinte.
Sendo difícil assimilar o que aconteceu, foi um desafio prosseguir o resto do dia com boa disposição. Felizmente os Crumb e os Tropical Fucking Storm ajudaram bastante ao proporcionar-nos dois bons concertos. De indie pop com ritmos psicadélicos, os Crumb foram uma óptima escolha para abrir caminho para Lana no Palco Porto. O som místico do grupo de Massachusetts embalou os mais aficionados da headliner que lá se acomodavam junto das grades desde a abertura de portas do festival. Foram simples mas bastante consistentes, destacando a majestosa voz de Lila Ramani e a competência musical de Bri Aronow, que de um sintetizador saltou para um saxofone sem qualquer esforço. O alinhamento escolhido foi interessante, abrindo com “AMAMA”, uma das canções mais mexidas da banda e que dá nome ao seu último álbum, não esquecendo as dreamy “Ghostride” e “Icemelt”, concluindo com a brilhante “Locket”, de um dos seus primeiros trabalhos.
Os Tropical Fucking Storm abanaram o Palco Plenitude, mas felizmente não trouxeram mais chuva. Ao revés, como referem, levaram música estranha para pessoas que estão fartas da mesma coisa de sempre. Os australianos voltaram a reviver o punk no parque e conseguiram agitar os mais desapontados do dia. Do seu longo reportório musical, escolheram “Braindrops” para iniciar a tempestade dos pedais, passando por “Antimatter Animals”, onde as vozes de Gareth e Fiona se juntam para uma transe extasiante. “You Let My Tyres Down” foi sem dúvida o ponto alto do espetáculo onde a combinação de uma agressividade desmedida a uma certa doçura culminaram num dos momentos mais emocinantes do concerto. Houve tempo para a cover de “Ann”, dos Stooges, e despediram-se com a ruidosa “Paradise”. É de salientar que nada consegue parar esta banda, nem mesmo os problemas graves de saúde que Fiona enfrentou, e, devido a isso, parece que tocaram como se fosse a última vez.
Pelo Palco Porto, antes da muito aguardada Lana Del Rey, passaram ainda as The Last Dinner Party, que talvez achassem que toda aquela multidão estaria ali à sua espera. Foram uma boa escolha também para tocar antes da cabeça-de-cartaz, visto que seria uma banda jovem de rock de pastilha elástica, na onda mais comercial, formada por cinco mulheres com muita atitude. Apesar disso não convenceram, pois toda a performance sugeriu que fosse uma encenação imatura de um grupo de jovens recentemente emancipadas.
Passado somente uns dez minutos depois da hora prevista, a estrela da noite foi avistada em palco e o recinto nunca mais foi o mesmo. Cerca de 40 mil pessoas, num dia lotado, estavam presentes para abraçar o concerto mais aguardado da noite – quiçá do festival. Lana Del Rey trouxe um cenário megalómano com escadas, baloiços, plantas e até pole dance. Foi um concerto de imensos êxitos, com direito a uma setlist exemplar e completa para todos os gostos. Dividindo em vários actos, escolheu “Without You” para começar, seguida de “West Coast” onde só cantou o refrão e entregou a restante canção ao público. Depois da cover divertida de Sublime, “Doin’ Time”, passou-se à emocionante “Summertime Sadness” mas foi em “Pretty When You Cry” que surpreendeu ao cantar deitada, rodeada de bailarinas, num dos momentos mais marcantes da noite.
Não deixando ninguém respirar, arrebatou com a grande “Ride” entre dançarinas que demonstraram as suas habilidades com acrobacias no ar. Em “Born to Die” decidiu descer do palco e cumprimentar os fãs da primeira fila. Quando recuperou o fôlego, após um incidente com um fã que conseguiu derrubar a barreira e invadir o fosso numa tentativa a abraçar, Lana Del Rey prosseguiu com singles dos álbuns Norman Fucking Rockwell!, Chemtrails Over the Country Club e Blue Banisters, com direito a um holograma da própria e um coro gospel irrepreensível. A terminar, tivemos a nostálgica “Young and Beautiful”, concluindo assim a sua viagem melancólica com uma adaptação na letra, «Will you still love me when I’m no longer in Portugal?». A resposta tornou-se um pouco agridoce. Foi um espetáculo exímio, cheio de luz e cor, completo de uma multidão de perder de vista e uma base de fãs fiel à cantora, mas a timidez e o pouco à vontade da cantora em palco foi evidente. Os problemas no som juntamente com os gritos dos mais fanáticos também tornaram a experiência difícil de ingerir. Inevitavelmente, o segundo dia do festival foi tratado como se fosse um concerto de Lana Del Rey com algumas bandas de abertura.
Dia 8 de Junho
No último dia previam-se horas mais calmas e sem chuva, mas não demorou muito até o tempo deixar de dar tréguas e haver mais um cancelamento. Desta vez foi a norte-americana Ethel Cain que não conseguiu subir ao palco por estar afónica. Mais uma perda de peso para o público do festival, cuja substituição foi resolvida com The Legendary Tigerman. Viu-se uma certa desilusão e quiçá aborrecimento no olhar dos presentes, principalmente de quem teria adquirido o passe e já estava naturalmente cansado.
Esperava-se um derradeiro dia mais sossegado, mas a banda de punk hardcore Gel chegou para contrariar isso. Reaberto o Palco Vodafone, que no dia anterior esteve a ‘descansar’, este foi abalado pela energia caótica dos americanos. Foi aqui que a chuva voltou e em peso para se intrometer, ou quiçá se juntar, no mosh e crowdsurf gerado pelo público. Quem estava a precisar de libertar eventuais energias negativas, este foi o momento certo: o som frenético e os beatdowns estiveram perfeitos para essa ocasião.
A chuva não parou mais e só começou a abrandar quando Mannequin Pussy subiram ao Palco Porto, no qual fomos saudados com um atrevido «hello beautiful wet babies». Numa tentativa de juntar mais pessoas devido aos espaços vazios criados pelas poças de água, a banda arrancou com “Sometimes” e “Nothing Like”, do mais recente trabalho, seguidas por “Emotional High”, uma malha mais virada para o punk rock e que começou a agregar mais pessoas. “Patience” e a potente “Drunk II” incendiaram a plateia. A meio do concerto, Missy Debice exclamou aos rapazes «for once, I’m gonna tell you what to do» e fomos convidados a gritar a palavra «pussy», numa quase ode à celebração da mulher e à própria normalização da palavra que se entende como vulgar e inferior.
“Loud Bark” foi interpretada com um pacing perfeito, misturando uma atitude rock’n’roll sexy e intensa. Apogeu alcançado, não tivemos tempo para descansar e a pujante “I Got Heaven” ecoou no recinto, dedicada a quem se consegue libertar da religião e da culpa que é projectada de pais para filhos. Não tardou muito também para o apelar à libertação da Palestina, condenar o anti-semitismo e ofender os próprios Estados Unidos com um clássico «Fuck America». Destaque também para a “Ok? Ok! Ok? Ok!”, onde se recordou o hardcore de Philadelphia, e “Pig is Pig”, onde o foco de atenção direcionou-se ao baixista, por se tratar de uma musica anti-racismo policial. Tornando-se um espaço seguro para todos, foi uma actuação genuína e repleta de mensagens – as The Last Dinner Party, por exemplo, poderiam ter tirado notas aqui. De certo que foi a lufada de ar fresco que a edição deste ano precisava.
Em homenagem a Steve Albini, os Shellac acarinhados por todos e enquanto símbolo do festival, tiveram direito a um ‘funeral’ por via de uma listening party no Palco Vodafone onde era suposto estar a actuar àquela hora. As referências à Palestina voltaram no concerto dos nuestros hermanos Lisabö, decorando o fundo de palco somente com uma gigante bandeira do país afectado pela guerra. Infelizmente problemas técnicos voltaram a atingir o som, mas nada que não tivesse sido disfarçado pelo noise ensurdecedor da banda. Pulp foram os causadores de encher um dos palcos secundários, o outrora principal Palco Vodafone, com o seu histórico britpop e uma animação contagiante. Não há ninguém que se compare ao carismático Jarvis Cocker, que elevou o festival para se cantar em uníssono, como um hino, “Common People”.
Foi necessário escolher entre Conjunto Corona e The National, lamentavelmente sobrepostos. Entre o hidromel da banda portuguesa e o vinho dos norte-americanos, decidimos conferir como estaria a actuar o álcool em Matt Berninger. E como ditado diz, envelheceram mesmo como o vinho. Os quase nacionalizados, de tanta vez que cá actuam, os The National abriram o concerto com a magnífica “Sea of Love”, passando a “Don’t Swallow the Cap”, “Bloodbuzz Ohio”, a melancólica “I Need My Girl”, “Conversation 16” e “Abel”, todas elas a comporem outra mão-cheia de músicas muito acarinhadas pelos fãs portugueses. Depois da imponente “Graceless”, onde Matt gritou que nem um louco, houve rendição na balada já muito conhecida, “Fake Empire”. O trio de fecho passou pelas já antiguinhas “Mr. November”, “Terrible Love” e “About Today”. Não pareceu que ninguém estivesse farto e não considerasse adoptar a banda, que foi mais uma vez recebida de braços abertos e assinou muitos momentos memoráveis.
A noite pôde ser terminada com Arca e a surpresa da noite, Mandy, Indiana. Nota de pesar para mais uma sobreposição e ter de optar entre os ritmos electrónicos sublimes misturados com a nova vertente da venezuelana Arca, o reggaeton, e a revelação fresca e irreverente do noise rock frenético e dançante do grupo de Manchester. Mas estes deixaram-nos a salivar por mais com um estrondoso concerto, que hipnotizou com a energia incrível da vocalista Valentine Caulfield, que chegou a usar a plateia como palco para a sua performance transcendente. Destaque para “Pinking Shears”, a viciante “Injury Detail”, a batida de “Drag [Crashed]” e a desconcertante “Peach Fuzz”, faixas do seu único álbum i’ve seen a way. O festival encerrou com nota positiva com renovação de baterias que já pareciam completamente gastas.
Por mais que se acarinhe o Primavera Sound Porto, não dá para ignorar as sucessivas decepções que têm acontecido. Começou pela extinção do Palco Bits, que animava as madrugadas com música electrónica altamente ecléctica. Os vários cancelamentos, em que muitos foram alheios à produção e que quase se podiam considerar somente como uma onda de azares consecutivos, mas em nada se justifica a má escolha de alternativas para colmatar esses infortúnios e, sobretudo, a falta de organização e das devidas informações prestada aos festivaleiros.
O evento foi posto à prova este ano e acabou por ficar aquém do esperado para um valor de bilhete que aumentou novamente, apostando mais em públicos que nada acrescentam ao festival, na medida que vão e voltam, desvalorizando os fiéis consumidores dos valores e da singularidade da premissa que todos os anos este festival proporcionava. Esperemos que no próximo ano a lição tenha sido aprendida e que o Primavera Sound Porto regresse mais maduro e compensador.