É já no próximo sábado, 1 de Junho, que Danny Brown vai actuar no LAV, em Lisboa, no âmbito da sua “Quaranta Tour”.
O rapper de Detroit, cidade com legado da Motown, distinguiu-se desde cedo na carreira, mas chega a Portugal após um ano particularmente fortuito. Para além de Quaranta, sexto álbum que lançou em nome próprio, dividiu ainda Scaring The Hoes com JPEGMAFIA, marcando assim com dois discos várias listas que exercitaram os melhores trabalhos de 2023. Mas há mais para trás no catálogo e no currículo, tanto em discos como em colaborações.
Danny Brown despontou ao segundo álbum, XXX de 2011. É daí que se pode ouvir “Monopoly”, tema que ainda hoje paira nos alinhamentos ao vivo, e o caminho ficou aberto para o verdadeiro breakthrough em 2013, aquando o lançamento de Old. A crítica assumiu-o como um trabalho de hip-hop alternativo, tal o estilo vanguardista e pouco formulaicos que Danny Brown assumiu desde cedo. Nesse trabalho colaborou com Freddie Gibbs, Purity Ring, Schoolboy Q, ASAP Rocky ou Charli XCX – fileira invejável para quem mede a rede de um rapper pelas suas feats. No entanto, o jogo voltou a mudar com Atrocity Exhibition em 2016. Faixas aguçadas e orelhudas sem serem necessariamente acessíveis, Danny Brown juntou Kendrick Lamar, Earl Sweatshirt, Kelela ou Petite Noir nas vozes, para além de Black Milk, The Alchemist ou Evian Christ na produção, para um dos melhores álbuns de hip-hop da década.
Numa tentativa de voltar às raízes mais simples, U Know What I’m Saying? poderá ter falhado miseravelmente. Porquê? Porque mesmo esse é um almanaque de colaborações: Q-Tip (A Tribe Called Quest), Run The Jewels, JPEGMAFIA, Obongjayar, Blood Orange, Flying Lotus ou Thundercat não permitiram que este fosse uma versão redux dos seus trabalhos. Danny Brown também não fez por menos, a injectar bastante humor a partir da inspiração de comediantes como Richard Pryor ou Joey Diaz.
Scaring The Hoes, lançado em Março de 2023, sumou então em pleno JPEGMafia com Danny Brown, lançando assim um clássico instantâneo de hip-hop onde a química é bastante sentida tanto nas palavras como na produção. Mas surpresa oito meses depois: Quaranta foi lançado em Novembro como o seu «álbum mais pessoal», após ter passado tempo em reabilitação para recuperar do consumo de drogas e álcool.
Este concerto marcará então a estreia do rapper em Lisboa, depois de o mesmo ter passado pelo NOS Primavera Sound, no Porto, em 2019. Os bilhetes para o concerto, promovido pela Versus, ainda estão disponíveis na SeeTickets, estando actualmente na sua terceira fase de venda pelo valor de 38 euros mais taxas associadas.