Nuno Bernardo

Super Bock em Stock. A fotogaleria do festival da música nova e emergente

Fotografia: Nuno Bernardo

O Super Bock em Stock regressou nos passados dias 25 e 26 de Novembro à Avenida da Liberdade, no centro de Lisboa, para fazer o público saltar de palco em palco à procura dos sons da música nova e emergente.

A sexta-feira, 25 de Novembro, foi especialmente marcada pela música portuguesa. O pontapé de saída desta reportagem foi mesmo Motor, a nova banda que junta João Cabeleira e Budda Guedes, que tiveram a missão de receber os primeiros festivaleiros no Cinema São Jorge. Não muito ao lado, no Capitólio, o duo norte-americano They Hate Change, que volta a Lisboa em Março como primeira parte de Shame, assinalou o primeiro contraste de sons que se pode ouvir no festival, transportando-se o blues das guitarras para as rimas e batidas do hip-hop. Já descendo à Garagem EPAL, houve mais rock, desta vez com a assinatura dos Vila Martel.

 

A inaugurar o Coliseu dos Recreios neste Super Bock em Stock esteve o jovem britânico Alfie Templeman, que parece não ter estranhado a dimensão da sala (a maior do festival) e tomou-a como sua desde cedo. No topo da estação ferroviária do Rossio, os Zola Blood deram nova dose de indie britânico com outra maturidade, abrindo espaço para um tríptico de músicos ingleses a terminar com as canções quentes de Gretel Hänlyn, já no Cinema São Jorge.

 

De regresso à Garagem EPAL, Manel Cruz e os seus Pluto aqueceram e de que maneira quem ainda poderia ter frio no interior das salas. O fervor não se ficou por aqui, pois um par de ruas abaixo no Coliseu dos Recreios foi David Bruno que garantiu suor e gargalhadas ao lado dos seus convidados da noite. Marlon Brandão, Mike El Nite e Gisela João surgiram em palco que teve praticamente um só dono durante o concerto, o inesgotável António Bandeiras.

 

Na recta final da noite, a fusão de fado com a nova Lisboa de Ana Moura arrancou muitos aplausos numa apresentação exclusiva de Casa Guilhermina no Capitólio. Quem ainda se dirigiu de novo ao Coliseu encontrou a electrónica e a dança infinita da colombiana Ela Minus, um dos nomes que certamente se deverá seguir mais de perto nos anos vindouros.

 

No sábado, dia 26, a reportagem voltou a arrancar em modo rock. De guitarra bem afiada e um baixo poderoso, o punk dos britânicos Enola Gay tomou de assalto o palco montado no topo da estação do Rossio, junto à Calçada do Carmo, antes de se rumar à sala 2 do Cinema São Jorge. Aqui recebeu-se Algumacena, dupla de pós-hardcore de Alex D’Alva Teixeira e Ricardo Martins, que apresentaram o seu trabalho de estreia.

 

De seguida, o Coliseu recebeu um dos nomes mais aguardados desta edição do festival: os Porridge Radio de Dana Margolin tiveram uma recepção efusiva e devidamente aplaudida, tal como os seus trabalhos de estúdio. No Cinema São Jorge foi a voz da nova-iorquina Danielle Ponder a arrancar outros dos maiores aplausos do Super Bock em Stock. E de regresso ao Rossio, os irlandeses The Clockworks mostraram o que é fazer rock simples, eficaz e orelhudo.

 

De volta ao Coliseu, Crystal Murray cativou ao seu R&B pela sua presença de palco. A jovem francesa não se fez rogada e terá conquistado mais fãs. Algo em comum com a brasileira Céu, que na ponta oposta do festival, no Cinema São Jorge, provou que é possível modernizar sem reinventar a música popular brasileira.

 

Sudan Archives, no Capitólio, deu um dos mais calorosos e efusivos concertos do festival, à semelhança do seu novo trabalho Natural Brown Prom Queen. Dança e aplausos que se estenderam depois ao Coliseu, a fechar esta edição com um clubbing em modo de banda às mãos dos australianos Miami Horror.