Com o MEO Arena já composto e após a atuação de abertura, pelos Raven Eye, era visível o entusiamos do público para o que viria depois: o concerto em Lisboa da última digressão, convenientemente intitulada “Aero-Vederci Baby!”, dos norte-americanos Aerosmith. Ao mesmo tempo que ondas invadiram este pavilhão, unindo conhecidos e desconhecidos num sentimento de despedida, que mais parecia um “até já”, as grandes filas no bar deixavam espaços livres para os fãs que se queriam aproximar da estrutura montada para receber aqueles que, há 44 anos, fazem bater corações.
O vídeo de introdução com imagens da história desta banda faziam lembrar tempos de juventude de, pelo menos, metade do povo que ali assistia. Um berro «Lisboa!» e o estilo meio hippie-chic de Steven Tyler fazia vibrar cordas vocais dos milhares que, há tanto tempo, esperavam por esta oportunidade. Iniciando com “Let The Music Do The Talking”, percorreram caminhos próprios e de outros, deixando a música falar com clássicos atrás de clássicos, desde “Livin’ On the Edge” e “Love In A Elevator” a um versões de Beatles, “Come Together”, e James Brown, “Mother Popcorn”, este último já no encore.
Velhos mas pouco, a sabedoria daquele espetáculo, desde a arte de sedução e truques gímnicos de fazer inveja a muitos jovens, manteve de pé e em movimento durante as quase duas horas que se seguiram, onde incluíram êxitos capazes de satisfazer qualquer elemento da plateia.
Inevitavelmente, foi com “I Don’t Wanna Miss A Thing” que Tyler, pedindo um chapéu ao público que o rodeava, assumiu o papel de actor no maior sucesso desta banda que, com a voz de sempre, se fez acompanhar por todo o público, tornando-o no momento mágico da noite. O final, com um encore preenchido por “Dream On” e “Walk This Way”, permitiu uma reflexão sobre o percurso histórico de um dos nomes maiores do rock transatlântico. «Aero-verdeci» a Lisboa e à Europa.
Texto: Ana Margarida Dâmaso