Saga e Armageddon são duas bandas que prezo bastante, a primeira já apresentada com o clássico Worlds Apart e com mais de 30 anos de história, a segunda banda apenas lançou um disco homónimo e teve só dois anos de existência mas ricos de musicalidade com um dos melhores álbuns da década de 70 no campo do rock progressivo/psicadélico.
Armageddon – 1975 – Armageddon
Armageddon foi um supergrupo criado em 1974 formado por músicos já bastante famosos na altura, baterista Bobby Caldwell (ex-Captain Beyond), vocalista Keith Relf (ex-Yardbirds e co-fundador dos Renaissance), baixista Louis Cennamo (ex-Renaissance e Steamhammer) e guitarrista Martin Pugh (ex-Steamhammer). Muitos dos membros vinham de bandas com sucesso como Captain Beyond (já mencionado neste Fundamentais do Progressivo), Renaissance ou Steamhammer e portanto o talento e o apoio de uma base de fãs sólida eram condições já reunidas para terem uma carreira de sucesso.
No entanto, o grupo devido a problemas técnicos e administrativos teve problemas em conseguir singrar no mundo da música, tendo actuado apenas duas vezes ao vivo nos seus dois anos de existência. A juntar a estes problemas, Keith Relf, o vocalista e membro influente da banda morreu por electrocussão acidental em 1976, por estas razões a banda encerrou actividades em Maio desse mesmo ano.
Lista de faixas para Armageddon:
01. Buzzard
02. Silver Tightrope
03. Paths And Planes And Future Gains
04. Last Stand Before
05. Basking In The White Of The Midnight Sun
O resultado musical desta conjunção de talento é um dos melhores discos dos anos 70, com um conjunto de músicas bastante psicadélicas e progressivas. O disco começa com a rapidíssima “Buzzard” com Martin Pugh como “actor principal”, compondo riffs bastante doentios e agressivos, até para a época. A lenta “Silver Tightrope” balança a agressividade e “toxicidade” instrumental do álbum, com destaque principal para a voz de Keith Relf. Ainda de destacar “Last Stand Before” com mais de 8 minutos e a épica faixa “Basking In The White Of The Midnight Sun” com mais de 11 minutos de duração, nestas duas últimas faixas o grupo revela uma qualidade e irreverência que faz deste álbum um dos melhores discos de rock psicadélico/progressivo. Apesar de só ter cinco faixas, o disco tem mais de 40 minutos de duração em que a banda dá um festival instrumental e de inteligência que merece ser destacado e várias vezes ouvido.
Armageddon – Armageddon (álbum na íntegra)
Saga – 1980 – Silent Knight
Esta é uma daquelas bandas que tem uma longa história e uma longa discografia mas que ainda assim parece ser relativamente desconhecida em certas partes do globo. A banda canadiana, já mencionada nesta secção, tem em Silent Knight o seu melhor lançamento e que lhes permitiu marcar uma posição de relevo na história do rock progressivo. Saga é uma das minhas bandas favoritas, não a considero subvalorizada, eles têm o que merecem e a atenção que merecem, principalmente porque não se venderam a uma “audiência da rádio e do mainstream”, eles tocam o que gostam com a sonoridade que o grupo e os seus fãs mais fiéis apreciam.
Lista de faixas para Silent Knight:
01. Don’t Be Late (Chapter Two)
02. What’s It Gonna Be?
03. Time To Go
04. Compromise
05. Too Much To Lose (Chapter Seven)
06. Help Me Out
07. Someone Should
08. Careful Where You Step
Juntamente com Saga e Worlds Apart, Silent Knight é o melhor disco da banda. Quando comparado com Worlds Apart, lançado em 1981, Silent Knight tem uma sonoridade menos acessível e com menor projecção comercial. “Don’t Be Late”, “Careful Where You Step”, “Too Much To Lose” e “Time To Go” são faixas bastante mais progressivas e tecnicamente mais complexas que não estão ao alcance de um grupo massificado de ouvintes, em oposição, com maior parte das faixas de Worlds Apart. São apresentados mais dois capítulos do único puzzle da história do rock, “The Chapters”. É um álbum bastante consistente e relativamente bem produzido com destaques para as faixas: “Don’t Be Late (Chapter Two)”, “What’s It Gonna Be?”, “Too Much To Lose (Chapter Seven)”, “Help Me Out”, “Someone Should” e “Careful Where You Step”.
Saga – Silent Knight (álbum quase na íntegra)
// João Braga