Os belgas Rise And Fall, depois de terminada a tour europeia com The Secret e Oathbreaker, visitaram Portugal para um fim-de-semana de tripla dose. Nas três datas em solo nacional, fizeram-se acompanhar de For The Glory e A Thousand Words, não sendo excepção a data final de Cacilhas – que contou também com o nome We Are The Damned envolvido.
Num evento marcado para domingo à tarde, o público reunia-se no cais do Ginjal à hora marcada e meia-hora depois já se faziam ouvir os algarvios A Thousand Words. A jovem banda brindou os presentes com umas linhas de hardcore muito modernas e aproveitaram a ocasião para apresentar o recém-lançado EP “Sinners” e convencer quem ainda não conhecia o seu potencial.
Já os We Are The Damned, banda teoricamente deslocada das sonoridades da tarde, soube provar que o seu death n’ roll se sabe encaixar em qualquer ambiente violento, especialmente quando decididos a mostrar apenas faixas do aclamado e mais recente “Holy Beast”. As faixas do mesmo tornaram-se mais espessas neste espaço devido à presença de uma segunda guitarra, a cargo de Mike Correia. Uma prestação sem muitas arestas a limar, excepto o elevadíssimo som que embrulhou alguns momentos. Ainda assim, uma banda já com uma invejável experiência de palco.
Seguiram-se os For The Glory. Com uma legião de fãs bastante sólida, surpreenderam os seguidores do Revolver Bar com a faixa ‘Survival Of The Fittest’ a servir de abertura para a actuação cheia de intensas movimentações e de soltas palavras espalhadas pela sala de Cacilhas. Outras malhas como ‘Fail Me’ e mais recente ‘Life Is A Carousel’ foram argumentos suficientes para justificar a tendência da banda em agendar espectáculos pela Europa fora. A sua competência em palco é imensa e proporcionaram os instantes mais violentos de toda a tarde.
“Faith” foi o mote para a digressão que colocou Rise And Fall em várias cidades do Velho Continente, não sendo Portugal excepção. Faixas como ‘Deceiver’, ‘Breathe’ e ‘Hidden Hands’ revelaram uma linha de ideias renovadas e praticadas por bandas do catálogo da Deathwish, levando o público a manifestar-se cada vez mais a cada minuto que passava. A sujidade do seu som foi destruindo aos poucos a sala e a audiência que a compunha, com a prestação dos belgas a atingir a excelência na hora de fechar com a poderosa ‘Faith / Fate’, faixa que também dá fim ao último álbum da banda. Ficou-se a pedir mais numa actuação que pareceu a mais curta da tarde, mas que deve ter deixado o público satisfeito.
Agradecimentos: Le Congs e HellXis.
Texto por: Nuno Bernardo e Sofia Correia
Fotografia por: Nuno Bernardo.