Accept – The Rise Of Chaos

2017 marca o regresso dos Accept, com mais um álbum. A banda sempre se dignou por lançar álbuns com regularidade, dando sempre algo aos seus fãs que esperam por mais um produto da ‘fábrica alemã do heavy metal’. Infelizmente, o álbum não surpreende, mantém a fórmula e tenta reproduzir – quase copiar – o sucesso conseguido, principalmente, em Blood Of The Nations e Stalingrad, lançados em 2010 e 2012.

Instrumentalmente, o álbum consegue manter o nível de desempenho que o grupo sempre nos habituou, com grande predominância nas guitarras de Wolf Hoffmann e Uwe Lulis, com excelentes momentos de batalha entre os dois, e entre a bateria de Christopher Williams. O título ‘A Ascensão do Caos’ pode sugerir uma crítica ao actual estado política mundial, o crescimento do caos e das divergências entre dois monstros nucleares, poderão ter sido o mote para a composição deste álbum. No entanto, contrapondo esta ideia, está o facto de os Accept estarem habituados a escrever sobre tais temas, e portanto já não é novidade alguma comporem algo do género.

O álbum perde pela falta de originalidade, mantém as mesmas temáticas, acabando por manter uma fórmula de sucesso mas que se repete desde 2010. O álbum tem a diferença de conter letras mais nocivas e mais ligadas à realidade actual, tais como “The Rise Of Chaos,” “Worlds Colliding” e “Race To Extinction”. Mas volto a repetir, tal nocividade já existia em álbuns anteriores. O desempenho do grupo continua muito acima da média, de recordar que estamos a falar de uma banda formada em 1968 e que continua a lançar álbuns e a vender, para além do simbolismo que carrega às costas, como grandes representantes do heavy metal mundial. O mesmo se pode dizer da produção que continua impecável, repetindo a qualidade de álbuns anteriores, com Andy Sneap à cabeça da produção.

The Rise Of Chaos não é fenomenal, perde pela falta de originalidade e mantém uma fórmula que, apesar de ser de sucesso, não tem permitido à banda estender as suas asas da criatividade. Apesar de tudo isso, o grupo alemão consegue produzir um bom álbum, sólido e constante. É uma banda com quase 50 anos de carreira, com nenhum membro da formação original, mas que consegue produzir álbuns fortes e de qualidade irrepreensível.

Autor: João Braga

Álbum. Nuclear Blast. 04/08/17

Classificação

70