É o ano de 2017 e o ano de regresso dos lendários e míticos Deep Purple aos álbuns, com um lançamento que tem tanto de continuação do álbum anterior, como de novidade num som que tem sido muitas vezes modificado ao longo de quase 50 anos de carreira. É uma das minhas bandas preferidas e uma das maiores bandas de todos os tempos. Para além de ser o ano de lançamento de um novo álbum, é também o ano de regresso do grupo de Ian Gillan e companhia a Portugal, para um concerto no dia 4 de Julho.
Apesar de não ser um disco fantástico, InFINite consegue ser uma boa ‘colectânea’ de músicas rock, principalmente tendo em conta a longevidade da banda e a a constante tentativa de inovar a cada lançamento. Confesso que dos últimos lançamentos, este poderá ser um dos meus menos preferidos, acabando por não conter a magia obtida no álbum precursor a este, lançado em 2013, por exemplo. Denota-se também que, de facto, Don Airey dá uma força totalmente diferente e que se mostra como o elemento mais numa banda que, a partir de 2002, começou a ser cada vez de Ian Gillan, transportando e personificando o seu estilo.
InFINite não tem pontos altos nem baixos, é um álbum constante, com várias faixas que serão de muito agradável audição ao vivo e que contêm a essência do grupo desde a saída do mestre dos mestres Ritchie Blackmore. Desde então, o grupo adoptou, até 2002, um som de transição compondo o melhor álbum desde então, Purpendicular. A partir desse ano, o grupo tem lançado discos de importância, mas relativamente voláteis em qualidade, basta verificar os álbuns Abandon, Bananas e Rapture of the Deep, que nem sempre obtiveram o consenso dos fãs. Em 2013, os Deep Purple voltaram às lojas com um trabalho que se relevou pela sua audácia sonora e criativa, introduzindo outro tipo de músicas, com sonoridades bem mais recônditas, perturbantes e até sombrias. Neste lançamento de 2017, eles voltam a um rock mais agradável e de qualidade bem mais constante do que os discos anteriores a 2013. Com quase 50 anos de carreira, é incrível a capacidade da banda em produzir novas músicas, com discos tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão inovadores para a longevidade de um dos maiores grupos de todos os tempos, que já esteve, inclusive, à beira da extinção por diversas vezes.
É um disco que recomendo para os fãs e para aqueles que os querem conhecer melhor. Não é um dos melhores lançamentos, mas é ainda assim uma nota positiva numa carreira longa e cheia de sucessos.
Autor: João Braga