First Breath After Coma no Musicbox. Um regresso à vida

Para acalmar o calor sentido nas últimas noites de verão, fomos na passada sexta-feira, 5 de Agosto, à nossa quase-segunda casa, ou como quem diz o Musicbox de Lisboa, para assistir ao concerto de divulgação de Drifter, o segundo álbum dos First Breath After Coma.

Quatro anos após o seu início, os cinco jovens leirienses parecem ter conquistado os portugueses já que, desde o lançamento do último álbum, em Maio, têm marcado presença com concertos em diversas cidades de norte e sul, com destaque para a sua actuação no CCB. Aguarda-se com expectativa o concerto no festival Vodafone Paredes de Coura, que irá decorrer na próxima semana.

Cinco anos separaram o seu regresso a esta sua primeira casa na capital. Mais crescidos, foi entre riffs e jogos de luzes que o palco se tornou pequeno para os rapazes. Das poucas letras que compõem as suas músicas – que, na verdade, pouca falta fazem sentir – enfatizam o detalhe de cada acorde, digno de uma atenção cuidada. A abrir com a enérgica “Salty Eyes”, já bem conhecida pelas mais de 200 pessosas presentes, entregaram-se ao público com a mais antiga “Shoes For Man With No Feet”, continuando depois pelo novo Drifter.

Um público variado, de adultos jovens até à faixa dos 50, ocupava na íntegra aquela sala de concertos. Leves headbangs ao compasso de bateria, acompanhavam a banda, como que em resposta aos seus apelos musicais. Antes do encore de duas músicas a lembrar os anos passados com “The Escape” e a mais recente “Blup” , uma marcha dada ao ritmo de batimentos cardíacos em “Apnea” levaram não à falta de ar mas ao esboçar de sorrisos no público, que a cada novo som faziam questão de aplaudir e incentivar a banda.

Acompanhando a sua crescente evolução nos últimos tempos, constata-se a adesão ao merchandising que já apresentam em formato de CDs e T-shirt. Para o próximo concerto, em Paredes de Coura, irão contar ainda com Noiserv para o seu single conjunto “Umbrae”, uma das faixas mais aclamadas e sucessos de rádio actual.

Um admirável reverso entre os acordes das guitarras, baixo, bateria e teclas, e a tranquilidade introspectiva dos backvocals e loops fazem dos seus concertos um aquário de emoções onde, como num profundo mergulho no oceano mais profundo, nos encontramos com nós mesmos. O suspiro de quem, certamente, regressa à vida.

Texto: Ana Margarida Dâmaso
Fotografia: Nuno Capela