Death Angel – The Evil Divide

death-angel-the-evil-divideDeath Angel são uma daquelas bandas, por vezes, esquecidas no cenário do metal mundial. São uma das poucas icónicas bandas de thrash-metal que realmente fazem jus ao género, continuando a lançar álbuns de enorme qualidade, apesar de pequena ou relativa atenção mediática que recebem.

O ano de 2016 é ano de novo lançamento para a banda americana, liberando para as lojas mais um disco de ‘encher o olho’, um pouco à semelhança do que tinha sido no passado. The Evil Divide é o nome deste mais recente lançamento dos Death Angel, cheio de arranjos instrumentais poderosos, com uma atenção especial para as poderosas guitarras de Rob Cavestany e Ted Aguilar.

The Evil Divide é aquilo que se pode chamar de um ‘portento’ de um álbum, que clarifica o papel dos americanos no cenário do thrash-metal mundial, mesmo apesar de não obterem o reconhecimento de outras bandas. Este álbum tenta, e consegue, continuar o caminho seguido a partir de 2010, prosseguindo um estilo bastante habitual no grupo americano, com guitarras rápidas e que têm um papel predominante em cada uma das faixas dos seus álbuns.

As letras da banda sempre foram inflamatórias e sempre tentaram provocar algum impacto em quem as ouve. Muitas têm um objectivo político e social. Este disco consegue elevar ainda mais a fasquia, criando uma separação e filtragem dos conceitos do Bem, transformando este lançamento numa ‘glorificação’ das consequências do Mal numa sociedade reprimida e conformada. A faixa de abertura, “Cause For Alarm”, “Father of Lies”, “Hatred United / United Hate” e “Let The Pieces Fall” são grandes exemplos do que mencionei, mas são igualmente, na minha opinião, as grandes ‘malhas’ deste álbum. O lançamento tem forte potencial para se tornar num dos melhores lançamentos do ano, como pode ser visto pela pontuação atribuída. A banda liderada por Rob Cavestany e Mark Osegueda nunca chega a vacilar e consegue manter uma qualidade uniforme, ao longo de todo o álbum. Essa é uma qualidade de prezar e valorizar no grupo americano, algo que não se vê em outras ‘grandes’ bandas do género, que não conseguem ter estabilidade na sua discografia. The Evil Divide consegue ter um forte impacto social, com faixas escritas de forma inteligente, e consegue manter uma qualidade instrumental que devia ser mais valorizada pela crítica e pelo público.

Autor: João Braga

Álbum. Nuclear Blast. 27/05/16

8.7