WASP – Golgotha

wasp golgothaBlackie Lawless é o incontestável fundador, rosto e líder dos WASP. Goste-se ou não do líder ou da banda, os WASP estão no activo há mais de três décadas, e mantêm-se agarrados às suas raízes. Lawless pode até ser ridicularizado, por muitos profissionais da música, pelo seu estilo mais excêntrico e peculiar, no entanto ele conseguiu formar um grupo que na época se tornou uma novidade e uma lufada de ar fresco nuns anos 80 cada vez mais dominados pelo pop e pelos sons mais electrónicos. Apesar de, actualmente, o som dos WASP ser muito parecido de álbum para álbum, o grupo mantém-se fiel ao seu estilo e aos seu fãs, fazendo tours longas e lançando discos com intervalo de tempo reduzido. Golgotha é o primeiro lançamento, em seis anos, que Lawless e a sua troupe colocam nas lojas.  É um disco que segue a linha musical do anterior, como sempre, e que em termos conceptuais pode ser interpretado como uma continuação.

‘Golgotha’ é o nome atribuído à montanha onde Jesus Cristo foi crucificado, Lawless continua o caminho iniciado em Babylon, aprofundando, de forma, mais emocional o seu conceito. As faixas para Golgotha são mais emocionais e, tendencialmente, mais complexas liricamente. Os solos de guitarra, muitas vezes, em excesso continuam uma constante. Por vezes, Lawless parece estar a tentar em demasia. O líder dos WASP tem sempre a intenção de criar a música mais épica e ‘rockeira’ possível, sacrificando muitas vezes a lógica musical dos seus solos extremamente longos. “Miss You” e “Golgotha” são os exemplos mais prementes do que referi acima. Ainda assim, considero-o um bom guitarrista e não se pode considerar uma total perda de tempo quando um bom guitarrista decide ‘solar’ numa faixa com 5 a 7 minutos de duração. A vertente melódica continua como grande característica dos WASP, conjugando essa vertente com um forte predomínio dos instrumentos de guitarra e bateria, tornando todas as faixas do álbum bastante metaleiras e, claramente, pendentes para o heavy metal. O nível de produção continua intacto, exibindo o melhor som possível aos seus fãs.

Golgotha está longe de ser um disco consensual, tendo recebido várias críticas medianas e algumas críticas positivas. Nenhuma das críticas foi negativa, no entanto não existe um forte consenso entre os profissionais do meio. Espero que seja esta a crítica que tira todas as dúvidas sobre este lançamento, que está longe de ser fantástico, mas que não deve ignorado, visto conter faixas muito bem concebidas e compostas. Apesar de o som ser o mesmo, há muitos anos, pelo menos a banda lança trabalhos de boa qualidade e dignos de ser ouvidos e sempre com uma perspectiva crítica sobre a realidade. Os fãs não têm que se queixar se forem grandes apoiantes do grupo de Lawless. De destacar: “Scream”, “Miss You”, “Slaves Of The New World Order” e “Golgotha”.

Autor: João Braga

Álbum. Napalm Records. 09/10/15

Classificação/Rating

7.5

Está longe de ser um álbum fantástico, mas é decerto um álbum credível que segue as típicas sonoridades da banda.