Yung Sherman @ Musicbox, 3/9/2015

Não há muito tempo atrás (embora a envolvente nos remeta para uns mais longínquos anos 2000) germinavam na Suécia esse estranho e peculiar colectivo de miúdos, os Sad Boys. Acomodados nas esferas internáuticas do vaporwave, do cloud rap, dos videojogos, passando pelo fascínio pela Arizona, inspirados em personas como o Lil Ugly Mane, a estética pegou e foi captando muitos olhares e ouvidos um pouco por toda a parte. Yung Lean, Yung Gud e Yung Sherman integram esta colectividade, entre outros, e foi o terceiro quem pudemos ver estrear-se em Portugal, no Musicbox, no passado dia 3 de Setembro a cargo da mensalidade Gin&Juice. A abrir, já com uma boa casa entusiasmada para o daí viria, Puto Anderson (Firma do Txiga), que já habitualmente tem participado na residência mensal da Príncipe, trouxe o afrobeat e a tarraxinha para aquecer os ânimos.

Pouco depois, entrava o aguardado Yung Sherman perante vozes elevadas, de sweatshirt verde e boné a descombinar, qual adolescente despreocupado, com uma mão cheia de sons familiares — a relembrar Unknown Memory, no qual participou na produção de alguns temas como “Monster” ou “Sandman”, os drumkicks do trap, a atmosfera desse novo hip-hop embrulhado entre ritmos electrónicos e até umas feições do afrobeat de Anderson (cremos que deve ter ficado fã). Faltou-lhe alguma consistência e firmeza, baralhando-nos o ouvido em variados momentos, mas, como tudo, esperamos que a idade o continue a ensinar.

O fecho da noite ficou a cargo dos portugueses RAP RAP RAP e DJ Khabal.

Fotografia e texto: Telma Correia