PINK FLOYD – The Endless River

theendlessrivercoverAquela que é muito provavelmente a maior banda de todos os tempos (opinião do autor: Pink Floyd, Led Zeppelin e Rush) lança um novo álbum 20 anos após o memorável The Division Bell e obtém, novamente, opiniões muito diversas sobre a qualidade global do disco. O disco é uma colectânea dos ‘restos’ criados pelo grupo em 1993 na produção do lançamento de 1994. Penso que o The Division Bell consegue ser bastante introspectivo e ter uma carga emocional muito pesada, fazendo-o um dos grandes álbuns dos últimos 25 anos, apesar das diferentes opiniões sobre o mesmo (review).

The Endless River segue a mesma linhagem do anterior, apesar de não conseguir obter a mesma qualidade e espírito, consegue ainda assim produzir um bom álbum com três ou quatro faixas que se destacam claramente. “Things Left Unsaid”, “It’s What We Do”, “Sum” e “Louder Than Words” são as faixas mais claras e destacadas neste disco. As últimas três faixas “TBS9”, “TBS14” e “Nervana” separam-se do restante álbum e são muito diferentes no entanto apresentam um estilo mais liberto e mais “improvisado” quando comparado com o restante disco.

A inclusão do ícone da física, Stephen Hawking, acrescenta um simbolismo ainda maior, visto que a sua mensagem é tremendamente elucidativa do espírito que rodeou os Pink Floyd nestes discos de 1994 e 2014. É sempre difícil criticar um disco dos Pink Floyd, principalmente, quando ele é instrumental e o último da sua discografia. O grupo será sempre injustiçado neste lançamento, com muita da crítica a denegrir este álbum.

Sim, é verdade que não é nenhum clássico…; Sim, é verdade que não é nenhuma obra-prima…; Sim, é verdade que as músicas são retiradas dos “restos” de The Division Bell…; Mas também não deixa de ser verdade que este é o último lançamento de estúdio da maior banda de todos os tempos, e a última oportunidade de os ouvir num lançamento de estúdio. O facto de se terem despedido dos fãs e de Richard Wright torna clara a proximidade do grupo aos fãs e à crítica. Na sua discografia, é difícil encontrar um disco que desagrade por completo, apesar da era pós-Roger Waters ter sido vastamente críticada, penso que muitos aprenderam a respeitá-la.

A diversidade musical sempre foi uma prioridade para os Pink Floyd, criaram o seu próprio estilo e renovaram o rock progressivo e psicadélico à sua maneira. Não se deixaram influenciar e tomaram o seu próprio rumo sem medo da crítica e insucesso comercial. Tal não aconteceu e eles foram muito bem-sucedidos. Este é o derradeiro disco dos Pink Floyd, há pouco mais de um ano atrás teria quase a certeza que nunca ouviria um novo álbum do grupo, e o que é certo é que eles me enganaram. Apesar de não ser um grande álbum e de não ser nenhum The Division Bell, ele consegue ser uma grande e respeitosa despedida tanto aos seus fãs e crítica, bem como uma honrosa homenagem a Richard Wright.

Autor: João Braga

Álbum. Columbia Records. 10/11/2014

Classificação

70%

Apesar de não ser nenhum The Division Bell, este disco consegue ser uma boa despedida e uma boa homenagem a Richard Wright.