EXHUMED – Necrocracy

EXHUMED  – “Necrocracy”

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Exhumed

Com o advento da Internet e o ressurgimento do Death Metal no início dos anos 2000, tem-se tornando cada vez mais difícil a qualquer banda dentro do estilo conseguir alcançar um som que o distinga verdadeiramente dos seus “colegas de profissão”. De facto, qualquer ouvinte atento ao que se passa nas vertentes mais extremas do Metal tem agora uma variedade imensa de trabalhos para explorar. É aqui que surge então o álbum Necrocracy dos norte-americanos Exhumed, renascidos em 2010 após vários anos de interregno. Será este um trabalho capaz de se destacar da multidão?

Para analisar “Necrocracy” devemos relembrar brevemente a história da banda que o criou. Formados em 1990, os Exhumed começaram por praticar um Goregrind, tendo depois evoluído progressivamente para uma sonoridade mais próxima do Death Metal. Este percurso não deve ser estranho para os apreciadores do género, sendo semelhante ao de uma banda extremamente reconhecida, os britânicos Carcass. E referir o nome de Carcass é fundamental quando estamos a descrever este “Necrocracy”. O álbum apresenta-nos um Grindcore/Death Metal que é, sem dúvida, extremamente competente, tanto a nível instrumental como vocal. Porém, o facto de este muitas vezes soar demasiado a Carcass retira-lhe largos pontos a nível da originalidade. As melodias que parecem retiradas de um “Heartwork” ou a combinação do uso de dois vocalistas (um gutural mais grave contrastando com outro gutural mais agudo) com secções de blastbeat que lembram um “Necroticism: Descanting the Insalubrious” são exemplos evidentes destas semelhanças de sonoridade. Fora isso, a banda consegue de facto desencantar um punhado de bons riffs e linhas vocais, pelo que é uma pena que estes não apareçam mais vezes durante o álbum.

Este “Necrocracy” torna-se, assim, difícil de avaliar. Não há nada de fundamentalmente errado com o mesmo, já que aqui é apresentada uma sonoridade com força suficiente para agradar aos fãs do género. Porém, ao longo da sua audição é impossível apagar a sensação de dejá-vu que nos insiste em relembrar o ícone britânico. Principalmente com o seu regresso aqui tão perto.

// João Vinagre

NecrocracyPaís
E.U.A.

Membros
Matt Harvey – Voz, Guitarra
Bud Burke – Voz, Guitarra
Rob Babcock – Voz, Baixo
Mike Hamilton – Bateria

Alinhamento
Coins Upon The Eyes | The Shape Of Deaths To Come | Necrocracy | Dysmorphic | Sickened | (So Passes) The Glory Of Death | Ravening | Carrion Call | The Rotting

[Álbum / Relapse Records / 6 Agosto 2013]

Classificação

78%

Não há nada de fundamentalmente errado com o mesmo, já que aqui é apresentada uma sonoridade com força suficiente para agradar aos fãs do género. Porém, ao longo da sua audição é impossível apagar a sensação de dejá-vu que nos insiste em relembrar o ícone britânico.