ANATHEMA – Weather Systems

Banda: Anathema
Álbum: Weather Systems
Data de Lançamento: 16 de Abril de 2012
Editora: Kscope Music
Género: Atmospheric/Alternative Rock
País: Reino Unido

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Membros:

Vincent Cavanagh – Voz, Guitarra, Teclados, Programação
Danny Cavanagh – Voz, Guitarra, Piano, Teclados, Baixo
Jamie Cavanagh – Baixo
Lee Douglas – Voz feminina
John Douglas – Bateria, Programação, Sintetizadores

Membros convidados:

Christer-André Cederberg – Baixo, Piano
Wetle Holte – Bateria
Petter Carlsen – Voz

 

Alinhamento:
01. Untouchable, Part 1
02. Untouchable, Part 2
03. The Gathering Of The Clouds
04. Lightning Song
05. Sunlight
06. The Storm Before The Calm
07. The Beginning Of The End
08. The Lost Child
09. Internal Landscapes

Conhecidos por atingirem um vasto público, fãs ou não de metal, os já veteranos Anathema voltam aos trabalhos de longa-duração originais apenas dois anos depois do excelente “We’re Here Because We’re Here”. Dada a sua denunciada evolução de sons ao longo da discografia, é sempre alarmante o que a banda irá fazer em seguida. No entanto, não há propriamente uma transformação vincada partindo do som do álbum anterior – mas, como sempre, os britânicos fazem questão que não oiçamos a mesma coisa duas vezes. Se o trabalho anterior tinha em ‘Everything’ e ‘Dreaming Light’ duas das faixas mais positivas e animadoras da sua carreira, “Weather Systems” mostra o caminho inverso. A nível individual, a voz de Vincent Cavanagh segue ao ritmo do vinho e o seu irmão Danny não perde a capacidade de invocar o espírito de David Gilmour como solista. Lee Douglas tem aqui a sua maior participação vocal de sempre e, em conjunto, a banda revela-se imparável na composição de qualidade.

Se há faixas de Anathema que necessitam de múltiplas audições para se integrarem no ouvido, as ‘Untouchable’ não são o caso. Especialmente a sua primeira parte, cheia de ritmos e melodias de meter o coração a palpitar. Aliás, é um regalo poder escutar as vozes de Vince e Lee tão fortes num instrumental digno dos melhores de toda a carreira da banda. As duas primeiras faixas resultariam bem numa só, mas estão separadas por um claro motivo – se a primeira evolui e se faz gritar por todos os lados, a segunda é mais contida e permite ter uma visão diferente da temática da primeira. Por muito boas que sejam unidas, ambas podem ser escutadas em separado sem  perderem a sua personalidade. A progressão de acordes de ‘Untouchable, Part 1’ está de volta em ‘The Gathering Of The Clouds’ ainda mais rápida, ‘Lightning Song’ é um brinde aos fãs da voz de Lee Douglas e ‘Sunlight’ parece ser um B-Side de “We’re Here Because We’re Here”. Quase como se de uma música de metal sinfónico se tratasse, chega-nos ‘The Storm Before The Calm’ com boas alternâncias entre voz masculina e feminina e uma linha de baixo bastante marcante. Os ruídos presentes antes que a guitarra se faça ouvir podem-se tornar algo intoleráveis para os fãs de música mais ligeira e pouco experimental, algo que é compensado com a direcção de ‘The Beginning Of The End’  – uma faixa que ataca cedo e que revela todas as qualidades da banda. Ainda que com uma constante melodia, cada vez mais pesada, Vincent vai fazendo a sua voz crescer até ela mesmo decidir ‘chorar’ e deixar-se levar até mais um sólido solo de guitarra. E se ‘The Lost Child’ mantém a fasquia bem alta, ‘Internal Landscapes’ acaba-se por mostrar um fim algo amargo. Não que seja um mau tema, mas é uma clara e farta repetição da fórmula e da estrutura utilizadas em ‘Hindsight’, que fechou o álbum anterior.

Trata-se de um álbum extremamente fácil de ouvir e digerir, mostrando-se bastante capaz de resultar em pleno ao vivo. Mais um bom momento de inspiração por parte do quinteto que, ao seu ritmo, pretende ganhar o seu lugar e ficar na história do rock britânico, por muito mais difícil que isso seja.

// Nuno Bernardo

 Classificação: 91/100