★ Entrevista aos Thee Orakle ★

A Ruído Sonoro esteve à conversa com Micaela Cardoso, voz feminina de THEE ORAKLE, a banda em destaque desta quinzena. Aqui ficam as suas palavras.

RUÍDO SONORO: Depois do enorme sucesso de estreia com Metaphortime em 2009, chegou a hora de apresentar ao público Smooth Conforts False. O que acrescenta este novo álbum à sonoridade da banda?
THEE ORAKLE: Acrescenta uma evolução, uma maturação dos músicos da banda, que depois de 2 anos tiveram muito tempo para se aperfeiçoar, de se deixar influenciar e de fazer escolhas. Este segundo álbum mostra acima de tudo um passo em frente na forma de tentar ser original.

RUÍDO SONORO: Face ao sucesso do álbum de estreia, sentiram pressão acrescida no processo de escrita deste segundo trabalho? Afinal de contas, o público nacional é exigente!
THEE ORAKLEPensamos nisso quando estávamos a compor… Na pré-produção, ao fazer certas escolhas, reflectimos bem se estaríamos a fazer o melhor para a banda e se o público ia gostar. Mas decidimos cortar com algumas ideias e seguir com outras; ou seja, encontrar um meio-termo para que nós ficássemos agradados e o público também. Esperamos ter conseguido esse objectivo!

RUÍDO SONORO: Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta), Yossi Sassi (Orphaned Land) e Marco Benavento (The Foreshadowing). Como conseguiram obter estas contribuições de peso e porquê estes músicos?
THEE ORAKLEForam opções nossas que a certa altura nos pareceram as pessoas ideais para as músicas em que participaram. O Adolfo é um excelente declamador, diz as palavras (em português) como ninguém mais o faz e era por aí que queríamos ir na Faraway Embrace. O Yossi é um amigo da banda que já desde o concerto no Santiago Alquimista me perguntou “quando poderíamos fazer mais uma música juntos!?” Portanto foi uma questão de timings até que tudo estivesse pronto. O Marco foi mais uma decisão nossa, uma ideia do Fred, e que resultou, para nós, no tema mais doom do álbum. Alguns até já o referiram como possível single… Para nós é mais um excelente tema!

RUÍDO SONORO: Falem-nos da temática ou temáticas de Smooth Conforts False.
THEE ORAKLESmooth Comforts False não é um álbum conceptual, é apenas um álbum que une variados estados de alma, sentimentos e acontecimentos que qualquer ser humano poderá vivenciar ao longo da sua vida! Suaves, falsos confortos… Aquelas palavras de alento, ou não, que dizemos a nós mesmos tantas vezes, para esquecer, deixar para trás das costas, ou simplesmente lamentar algo!

RUÍDO SONORO: O que simboliza a capa?
THEE ORAKLEA capa representa de uma forma simbólica, o título do álbum. Temos portanto uma sombra de uma mão, que por si só já nos faz entender a parte dos falsos confortos, algo que vemos mas não está lá; depois temos o fogo, a chama que arde em nós e que tantas vezes nos impulsiona a viver e a lutar; por fim temos o símbolo do infinito, que não é mais do que um “anel” torcido… A vida sem controlo.

RUÍDO SONORO: Apresentar um novo álbum significa voltar à estrada. Está prometida uma tour nacional? Já têm algumas datas que possam anunciar?
THEE ORAKLEJá temos 3 datas confirmadas, e contamos anunciar mais algumas em breve! Com este estado de crise instalado, não é fácil conseguir boas datas… Mas mesmo assim, vamos estar no Hard Club, dia 10 de Março, integrados no Festival Lusitanos D’Armas, depois dia 31 de Março no Side B em Benavente, e já em Abril, dia 14 em Vila Real, no Teatro de Vila Real. Contamos com quem possa estar presente para apoiar o Metal Nacional! \m/

RUÍDO SONORO: E quanto a tocar no estrangeiro? É um sonho, uma possibilidade?
THEE ORAKLEÉ um sonho e uma possibilidade! Posso só dizer que estamos a tentar e a negociar para que isso seja possível num futuro próximo.

RUÍDO SONORO: Destaquem um concerto na vossa carreira e uma banda com quem gostariam de partilhar o palco.
THEE ORAKLE: Sem dúvida que tivemos vários concertos memoráveis e bandas com quem gostámos muito de dividir o palco, mas o concerto no Santiago Alquimista, com Orphaned Land, foi sem dúvida alguma um dos momentos mais importantes para todos nós! Tocar com o Yossi ao vivo era um sonho, e tornou-se realidade! Existem dezenas de bandas com quem gostaríamos de partilhar o palco… (risos), no entanto acho que dividir o backstage e o micro com o Mikael Akerfeldt dos Opeth era qualquer coisa de extraordinário para mim, mas penso que para o resto da banda também!

RUÍDO SONORO: Como tem sido a experiência com a Ethereal Sound Works?
THEE ORAKLETem sido bastante positiva e interessante, o Gonçalo, responsável maior pela ESW, tem sido um amigo e um “chefe” bastante aplicado na divulgação do nosso trabalho!

RUÍDO SONORO: Em tempos de crise, músico sofre. É preciso muita entrega e paixão pela música para lançar álbuns no nosso país. Vocês pretendem viver da música ou arranjar empregos estáveis e ter os Thee Orakle como segunda via de rendimentos?
THEE ORAKLEPretendemos chegar onde nos deixarem, mas é claro que sabemos ser quase impossível viver da música, pelo menos só com Thee Orakle! Portanto a ideia geral é ter empregos mais ou menos estáveis e ter os Thee Orakle como uma vida paralela e rentável.

RUÍDO SONORO: Em nota final, e já que se tem falado muito disso na Internet, o que acham das medidas propostas pela SOPA/PIPA e ACTA respeitantes à pirataria?
THEE ORAKLEPenso que qualquer medida tomada em relação à pirataria é acertada e já vem tarde! Não acredito que se façam censuras tão fortes como os anti-ACTA reclamam se vir a fazer! Se as pessoas soubessem controlar-se e o mercado não fosse prejudicado com os downloads ilegais, tudo seria mais fácil para todos… Não sendo assim, adeus pirataria, para breve!