Megadeth – Endgame (2009)

Banda: Megadeth
Álbum: Endgame
Data de lançamento: Setembro de 2009
Editora: Roadrunner Records
Género: Heavy/Thrash Metal
País: EUA

Membros

Dave Mustaine – Vocalista , Guitarra Ritmo
Chris Broderick – Guitarrista Solo
James Lomenzo – Baixo
Shawn Drover – Bateria

Alinhamento

  • Dialectic Chaos
  • This Day We Fight!
  • 44 Minutes
  • 1.320
  • Bite The Hand
  • Bodies
  • Endgame
  • The Hardest Part Of Letting Go … Sealed With A Kiss
  • Head Crusher
  • How The Story Ends
  • The Right To Go Insane

Metallica, Anthrax, Slayer, Exodus, Testament, Overkill e Megadeth são nomes imediatamente associados à explosão do movimento Thrash Metal, que data do início da década de 1980. Marcado por um estilo pesado e veloz, transbordando agressividade, o Thrash eclodiu, amadureceu e marcou o mundo do Metal. David Scott Mustaine, mais conhecido por Dave Mustaine, após uma curta passagem pelos Metallica (cuja brevidade se deveu ao consumo abusivo de drogas), fundou os Megadeth, que se estrearam com o marcante ‘Killing Is My Business… and Business Is Good!’. Apesar das adversidades que enfrentou, a sonoridade do grupo manteve-se sempre exímia, atingindo o clímax no ano de 1990, com a edição da obra-prima ‘Rust in Peace’, fruto de um processo de total desintoxicação e focalização musical. Após sofrer em 2002 uma lesão nervosa que afectou seriamente o seu braço e mão, Mustaine voltou ao activo em 2004, reavivando o projecto. Desde então, o conjunto editou 2 originais, anunciando posteriormente um novo projecto, a ser libertado ao público em Setembro de 2009. Esse novo trabalho, intitulado ‘Endgame’, será alvo de análise neste artigo.

Contrariamente aos álbuns mais recentemente editados pela banda, extremamente técnicos e trabalhados, mas despidos de sentimento e garra, ‘Endgame’ regressa às suas origens, apresentando um novo argumento de peso: a inclusão de Chris Broderick (ex-guitarrista dos Nevermore). Mantendo a fórmula inicial, cuja espinha dorsal assenta na guitarra de ritmo e vocais de Mustaine, a nova aquisição trouxe velocidade, energia e vitalidade. Assim, em termos práticos, será possível verificar uma sonoridade na qual a guitarra de solo assume o plano principal, em detrimento do habitual domínio instrumental protagonizado por Dave, sendo o aspecto merecedor de maior destaque. Liricamente falando, nada de novo surge, pelo que os temas principais se centram na esfera Político-Social.

Posto isto, e após uma discussão com o David Matos, ambos concordamos no que toca à estrutura e divisão do álbum. Sendo assim, consideramos que o trabalho poderia ser dividido em 2 partes distintas: a primeira compreende o bloco de faixas 1 a 6, a segunda as restantes. ‘Dialectic Chaos’, exclusivamente instrumental, abre imperiosamente este álbum, evidenciando os argumentos que melhor o definem; Broderick exibe técnica e harmonia, sempre a uma velocidade estonteante, conseguindo dar vida a uma das mais majestosas faixas deste 12º álbum dos lendários thrashers. Seguindo a mesma linha, repleta de agressividade, surge ‘This Day We Fight!’, a mais explosiva do álbum. Posteriormente, surge um conjunto de temas que, sendo de grande qualidade e empatia imediata, pouco de novo comportam, sendo o caso o mais mais flagrante o título ‘Bodies’.

Uma vez terminada esta sequência, surge um conjunto de temas que sofre um crescendo, em termos de sentimento, ritmo, técnica e intensidade. Destaca-se imediatamente ‘The Hardest Part of Letting Go…Sealed With a Kiss’, que não sendo uma balada no sentido puro do termo, é um dos poucos temas do género produzidos pela banda. As restantes músicas, comparativamente às 6 primeiras, mantêm a estrutura e qualidade. No entanto, são dotadas de uma virtuosidade ausente nas demais, traduzida sob a forma de composições mais complexas, consistentes e apelativas. Deste modo, qualquer uma delas poderia ser escolhida como a melhor de ‘Endgame’, dependendo essa decisão única e exclusivamente do gosto pessoal do ouvinte.

Em suma, os Megadeth lançam um álbum que, mantendo o seu estilo musical característico e seguindo a linha orientadora usada ao longo de toda a sua carreira, consegue apresentar simultaneamente um Heavy/Thrash Metal actual e inspirado, talhado não só para agradar a todos aqueles que sempre acompanharam o desenvolvimento profissional do grupo, mas também para cativar e impressionar qualquer fã de Metal. É decerto um dos melhores álbuns de Thrash do ano, reafirmando a qualidade e intemporalidade desta mítica banda Norte-Americana.

Agradeço profundamente ao David Matos por todo e apoio e disponibilidade prestados. Sem a ajuda dele seria impossível ter atingido uma review tão incisiva, apelativa e portanto, de qualidade. Por isso, os créditos ficam, justamente, divididos. Termino assim a minha primeira Review no Ruído Sonoro, desejando-lhe a melhor sorte para o futuro (pois potencial existe, e muito).

Esperando por um parecer dos nossos leitores,
Leandro Pinto